“A lavagem de mãos é uma das mais importantes medidas para nos proteger de infecções causadas por diversos agentes infecciosos e muitas vezes pode evitar que a criança contraia doenças como hepatite A, gripe, bronquiolite, diarreias, entre outras”, explica o presidente do Departamento Científico de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, dr. Marco Aurélio Sáfadi. O alerta observa orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), que adotou a prática como uma bandeira de combate à infecção hospitalar.
Segundo a entidade, o hábito de lavar as mãos pode reduzir em aproximadamente 40% os casos de contaminação por bactérias, parasitas, fungos e vírus que causam doenças como gripe, conjuntivite e outras viroses. Uma das consequências da má higienização das mãos é a possibilidade de contágio por bactérias multirresistentes.
Atualmente, cerca de meio milhão de pessoas pelo mundo sofrem de infecções por bactérias resistentes a antibióticos. Quando as bactérias se tornam resistentes aos remédios, praticamente não restam alternativas de tratamento, por isso o uso indiscriminado de antibióticos pode ser considerado um problema de saúde pública. No Brasil, de acordo com dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), cerca de 25% das infecções são causadas por micro-organismos multirresistentes, isto é, aqueles que se tornam imunes à ação dos antibióticos.
“Um ato simples – lavar as mãos - pode proteger uma em cada três crianças que contraem diarreia infecciosa e uma em cada cinco crianças que contraem infecções respiratórias, como a pneumonia. Se lembrarmos que estas infecções são frequentemente tratadas com antibióticos, a redução destas doenças com o ato de lavar as mãos diminuirá o consumo de antióticos, contribuindo para o controle das temidas e crescentes taxas de resistência das bactérias”, observa o dr. Sáfadi.
IMPACTO – As infecções relacionadas com a assistência à saúde afetam mundialmente centenas de milhões de pessoas e têm um impacto econômico significativo nos sistemas de saúde, segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde. Em países desenvolvidos, representam de 5% a 10% das internações em hospitais de cuidados agudos. Nos países em desenvolvimento, o risco é de duas a 20 vezes superior e a proporção de pacientes com esse tipo de infecção pode exceder 25%.
Estima-se que até 2050, caso nada seja feito, tais bactérias poderão matar anualmente cerca de 10 milhões de pessoas no mundo - número maior que a mortalidade por câncer, que atingirá cerca de 8,2 milhões por ano anualmente.
“Estudos já demonstraram que o simples ato de lavar as mãos reduz em mais de 99% a presença de germes, podendo evitar hospitalizações, sequelas e, até mesmo, mortes relacionadas a várias infecções. O pediatra tem papel fundamental, não só orientando os pais, como também reforçando, junto às crianças, a importância desta tarefa como forma de prevenção de doenças”, adverte o dr. Sáfadi.
DICAS – Não é tarefa simples convencer as crianças a lavar as mãos, mas todo esforço é válido. Veja abaixo algumas sugestões que o dr. Sáfadi dá para tentar estimular e facilitar a lavagem de mãos das crianças:
“A lavagem correta das mãos deve ser feita com água em temperatura adequada, nem muito altas ou muito baixas, usar sabão e enxaguar bem as mãos, esfregando por, pelo menos, 20 segundos e não se esquecendo de enxaguar entre os dedos e embaixo das unhas, incluindo o pulso. Secar bem após o término”, ensina o pediatra. (Com informações do jornal A Tarde)*
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