A sede da Associação Médica de Minas Gerais foi palco de uma emocionante comemoração: os 70 anos da Sociedade Mineira de Pediatria (SMP). Com a presença de representantes da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), das entidades médicas locais, pediatras e lideranças médicas de todo o Estado, a festa foi um momento de relembrar as sete décadas de história de uma das entidades que a cada dia se projeta para a construção de um futuro melhor para as crianças e os adolescentes de Minas Gerais. O professor e pediatra dr. Joel Alves Lamounier, diretor de ensino e pesquisa da SBP, representou a presidente da SBP, dra. Luciana Rodrigues Silva. Na oportunidade, ele falou sobre a importância da pediatria mineira no Brasil e, consequentemente, da SMP para a SBP. A confraternização aconteceu no último dia 17 de novembro, em Belo Horizonte.

A dra. Maria do Carmo Barros de Melo, presidente da SMP, fez um discurso lembrando que a SMP começou em 1947, numa sala da então Universidade de Minas Gerais, hoje Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da qual a presidente é chefe do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina. Com uma fala contundente, dra. Maria do Carmo agradeceu a todos que fizeram parte dessa história. Ela alertou que há problemas a serem solucionados, entre eles a violência em suas várias faces: “a violência em geral, decorrente da situação social e econômica difícil pela a qual o nosso país atravessa; a violência profissional, causada muitas vezes pela falta de infraestrutura adequada de trabalho; a violência doméstica, pela falta de amor e de valores familiares”.

Ao convidar os presentes para o Congresso Mineiro de Pediatria, a ser realizado na capital mineira entre os dias 6 e 8 de junho do próximo ano, ela fez questão de falar sobre o tema do maior encontro da pediatria mineira: florescer saudável – missão do pediatra. “É necessário cobrar mais recursos financeiros para a saúde e para a educação, valorizar a atenção à saúde da criança e do adolescente, trabalhar na promoção da saúde de forma a evitar doenças crônicas, fazendo com que a nossa criança floresça e se torne um adolescente e um adulto saudável”. Confira aqui a íntegra do discurso.

70 ANOS DE CRESCIMENTO – A importância e o crescimento da SMP ao longo dos anos foram lembrados pelas autoridades que compuseram a mesa da cerimônia. A secretária adjunta de saúde de Belo Horizonte, Taciana Malheiros Carvalho, comentou que a Sociedade está junto com a Secretaria no grande desafio que é a gestão do SUS, acompanhando e compartilhando essa construção de um sistema público melhor para seus usuários. Ex-presidente da SMP, o pediatra dr. Fábio Augusto de Castro Guerra, hoje presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Minas Gerais (CRM-MG), parabenizou a Sociedade pelos 70 anos em nome dos 47 mil médicos mineiros. Para Fábio, o trabalho realizado pela diretoria atual e as anteriores contribuiu para a SMP se tornar uma instituição forte dentro da estrutura de saúde do Estado, com representatividade em todo o Brasil. Também pediatra e ex-diretor da SMP, o presidente do Sinmed-MG, dr. Fernando Luiz de Mendonça, comentou que muito mais que ser uma instituição de defesa dos pediatras, a SMP é defensora da criança e do adolescente.  

Dr. Paulo César Pinho, presidente da Academia Mineira de Pediatria (AMP), comentou o importante papel da AMP ao lado da Sociedade. Falou do trabalho que desenvolveu no último ano de resgate da memória da Academia, com a gravação em vídeo de depoimento sobre a vida dos acadêmicos. Veja aqui o vídeo.

A HISTÓRIA EM LIVRO – O lançamento da obra “História da Pediatria em Minas Gerais”, dos pediatras e membros fundadores da Academia Mineira de Pediatria, drs. Edward Tonelli e José Guerra Lages, foi um evento à parte. Com textos de 85 colaboradores de 43 cidades, o livro trouxe um resgate inédito da especialidade em Minas Gerais, desde os primórdios, passando pela implantação dos serviços em várias regiões até a pediatria que se tem hoje no estado. Iniciado em 2008 na Academia Mineira de Pediatria, a “História da Pediatria em Minas Gerais” não é uma obra fechada, segundo seus editores, estará em constante mudança, já que a história da especialidade continua sua trajetória.