A gravidade e relevância clínica da anemia hemolítica autoimune (AHAI) levou a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) a publicar um documento em que aborda as principais questões sobre a doença. Para a entidade, “todo pediatra deve saber identificá-la e abordá-la de modo adequado, até que tenha apoio do hematologista pediatra”.
Elaborado pelo Departamento Científico de Hematologia e Hemoterapia da SBP, o documento traz informações sobre: incidência, tratamento, classificações, causas, sintomas, diagnóstico etc. No texto é destacado que a AHAI ocorre pelo surgimento de autoanticorpos direcionados contra antígenos presentes na superfície da membrana dos eritrócitos, diminuindo a sua sobrevida.
Segundo os especialistas, “esses autoanticorpos são produzidos por falha no mecanismo de supressão do sistema imunológico, que deixa de reconhecer antígenos do próprio corpo e inicia uma reação com o propósito de destruí-los”.
INCIDÊNCIA - A incidência da AHAI está estimada em zero a 4 casos a cada 100 mil habitantes por ano, mas não há dados precisos sobre sua ocorrência na população infantil. Estima-se que seja inferior a um caso por 100 mil habitantes por ano, porém, a SBP enfatiza a necessidade de que todo pediatra tenha conhecimentos sobre essa condição.
O diagnóstico precoce é crucial para o sucesso no tratamento e controle da doença. Inicialmente, os exames laboratoriais que devem ser solicitados para triagem são: hemograma, reticulócitos, bilirrubina indireta, desidrogenase lática e teste de Coombs Direto (TCD).
TRATAMENTO - O tratamento para AHAI tem como principal objetivo inibir o processo de hemólise causado pela presença do autoanticorpo, sendo importante que haja uma discussão com o hematologista pediátrico para definir o melhor procedimento.
Inicialmente, a opção terapêutica para AHAI causada por anticorpos quentes são os corticosteróides, com efetividade entre 70% a 80%, por cerca de três semanas de tratamento. Os especialistas da SBP indicam que, com a melhora clínica do paciente, a retirada da droga deve ser acompanhada pelo hematologista pediátrico. O documento frisa que outras condutas terapêuticas podem ser utilizadas, dependendo da situação da emergência e da resposta de cada paciente.
O Departamento Científico de Hematologia e Hemoterapia da SBP é composto pelos seguintes especialistas: dra. Josefina Aparecida Pellegrini Braga; dra. Isa Menezes Lyra; dra. Cecilia Fernandes Lorea; dra. Liane Esteves Daudt; dr. Lisandro Lima Ribeiro; dr. Pablo Santiago; dr. Paulo Ivo Cortez de Araújo; dr. Paulo José Medeiros de Souza Costa; dra. Rosana Cipolotti; e dra. Sandra Regina Loggetto.
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