A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica (ABOPe) produziram um consenso sobre a traqueostomia em pacientes pediátricos com o objetivo de gerar recomendações nacionais sobre os cuidados adequados com as crianças traqueostomizadas. O documento foi construído por especialistas experientes em traqueostomia pediátrica, como otorrinolaringologistas, pediatras de cuidados intensivos, endoscopistas e pneumopediatricianos.
Este novo consenso segue a diretriz da nova gestão da SBP de aproximação com outras entidades médicas para produção de documentos consistentes que permitam a qualificação dos pediatras. Entre as parcerias recentes, destaca-se a produção de um guia prático de cuidados sobre dermatite atópica, elaborado em em parceria com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai). De acordo com o diretor do Departamento Científico da SBP, dr. Diceu Solé, outro consenso será lançado, em 2018, com essa mesma entidade sobre alergia alimentar.
SOBREVIVENCIA - A traqueostomia é um procedimento que pode ser realizado em qualquer faixa etária, incluindo crianças menores de um ano de idade. O aumento o uso da traqueostomia nesta faixa etária tem sido atribuído à maior sobrevivência de prematuros e aqueles que necessitam de ventilação prolongada.
No Brasil, os profissionais de saúde alegam grande dificuldade de lidar com este procedimento por falta de orientação sobre os cuidados padrões. Segundo o consenso, a ausência de padronização dos cuidados no procedimento decorre da inexistência de diretrizes nacionais nos âmbitos do Sistema Único de Saúde (SUS) e da Agência Nacional de Saúde (ANS). Além disso, os profissionais ainda acusam a dificuldade de acesso a materiais e ao treinamento adequado para equipes médicas.
CUIDADOS - A falta de cuidados necessários pode ser a causa da diferença de óbitos entre as crianças traqueostomizadas brasileiras e de outros países, sugere o trabalho. Pesquisas internacionais apontam que a taxa de mortalidade relacionada à traquestomia em crianças varia de 0% a 5,9%. No Brasil, ela é de 4%, segundo estudo realizado em Porto Alegre, em 2009.
Experiência internacionais mostram ainda que a criação de equipes de cuidados específicos para crianças otimiza os cuidados e potencialmente reduz o sofrimento dos pacientes e seus familiares, assim como baixa o custo do tratamento. A presença de granuloma, infecções e obstrução da cânula são os problemas mais frequentes no procedimento. O consenso entre a SBP e a ABOP sugere que a traqueostomia seja sempre realizada em um centro cirúrgico, depois de uma análise pré-operatória das vias áreas endoscópicas para avaliar as causas da obstrução respiratória. Nos casos em que for impossível realizar a endoscopia das vias aéreas antes do procedimento, recomenda-se que seja feito depois, o mais tardar 30 dias após a traqueostomia. As indicações de traqueostomia devem orientar o tipo de cânula e suporte ventilatório necessários, bem como o acompanhamento e o planejamento terapêutico e de decanulação.
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