Aprimorar o olhar do pediatra para identificar sinais precoces de risco para o espectro autista e indicar os tratamentos o quanto antes. Foi com esse objetivo que a psicanalista francesa Marie Christine Laznik ministrou uma aula para pediatras na última sexta-feira (18). A psicanalista apresentou dados de uma pesquisa coordenada por ela na França e iniciada com mais de 12 mil bebês, mostrando que já é possível identificar sinais de risco em crianças a partir dos dois meses de vida.
A atividade gratuita foi promovida pela Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape) e pelo Centro de Referência Estadual para Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (CRE-TEA) - Novo Mundo, em parceria com a ONG Viva a Infância e o Projeto Hora da Criança. A aula, na sede do CRE-TEA, no Campo Grande, reuniu quase 90 profissionais, que levaram fraldas descartáveis para serem doadas ao Hospital Martagão Gesteira.
A presidente da Sobape, a pediatra Dolores Fernandez, agradeceu a disponibilidade da psicanalista de vir à Bahia capacitar os pediatras para que as intervenções necessárias sejam feitas o mais breve possível. “Durante muito tempo, os transtornos não eram tratados de forma adequada e havia muita discriminação e preconceito com os indivíduos. No caso das crianças, que eram vistas como adultos pequenos, isso era ainda mais acentuado e não se considerava suas particularidades e as diferenças das faixas etárias”, lembra, chamando a atenção para a prevalência do espectro autista no mundo: de 1 para cada 88 pessoas.
Dolores Fernandez fez questão de frisar que “a professora Marie Christine é uma verdadeira embaixatriz das crianças portadoras do TEA, levantando no mundo essa bandeira da identificação cada vez mais precoce e capacitando os profissionais para esse olhar mais atento e mais apurado”.
DISCUSSÃO DE CASOS - Durante a aula, quando os pediatras puderam discutir casos e tirar dúvidas, Marie Christine Laznik falou sobre a pesquisa francesa e o treinamento dos pediatras, apresentou dados sobre incidência do autismo e sobre probabilidade de irmãos de autistas desenvolverem o transtorno, explicou testes para diferentes faixas etárias e mostrou aos pediatras vídeos com avaliação dos bebês.
Laznik citou o trabalho de vários estudiosos na área, orientou os pediatras sobre a abordagem com a família da criança e falou acerca dos testes práticos que devem ser feitos em consultório desde as primeiras avaliações de rotina, sobretudo o teste do olhar nos olhos, que é uma das maiores dificuldades do autista. Segundo a pesquisadora, quanto mais cedo é a avaliação, mais chances de sucesso com o tratamento por conta da maior plasticidade cerebral.
“Há muito tempo que esta é a minha meta no Brasil. Na França, nós fizemos uma pesquisa durante 15 anos com 600 médicos da rede pública e isso mudou de maneira radical o atendimento a bebês com risco de autismo”, disse Laznik, reforçando a importância do acompanhamento e tratamento dos bebês, como forma de iniciar a mudança do destino dessas crianças antes do primeiro ano de vida, como defende o pesquisador brasileiro Ami Klin.
Laznik frisou a importância da prevenção das doenças, inclusive sob o ponto de vista da economia, o que tem alto impacto na saúde pública. “Na França, o estado tem todo o interesse em economizar porque arca com as consequências dos tratamentos no sistema público”, pontuou.
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