Prêmio Nicola Albano condecora três melhores trabalhos científicos no 25º Perinato

Como parte da programação do 25º Congresso Brasileiro de Perinatologia (Perinato), realizada nesta quinta-feira (2), aconteceu virtualmente a cerimônia de entrega do Prêmio Nicola Albano, que condecora os três melhores trabalhos científicos enviados ao evento. A honraria é concedida pela UTI Neonatal Nicola Albano, localizada nas cidades de Campos dos Goytacazes e Macaé, no estado do Rio de Janeiro. Este ano contou com 520 inscritos, analisados por 73 avaliadores, e o primeiro lugar foi concedido ao trabalho "Resultados da implementação de um programa de melhoria de qualidade na redução da hipotermia à admissão de recém-nascidos de muito baixo peso: Estudo de intervenção multicêntrico". 

“Os trabalhos que selecionamos contemplam os pontos que priorizamos nesse congresso, que são: qualidade, relevância científica e impacto positivo nos cuidados perinatais. Além disso, todos têm foco epidemiológico e clínico”, analisou dra. Maria Albertina, presidente da Comissão Científica do congresso. 

O trabalho vencedor é de autoria dos drs. Sérgio Tadeu Martins Marba; Jamil Pedro de Siqueira Caldas; Ruth Guinsburg; Maria Fernanda Branco De Almeida; João César Lyra; Heloísio dos Reis; Mandira Daripa Kawakami; Daiane Rodrigues de Oliveira; Marynea Silva do Vale; Thaline Veloso; Suely Ataide; Beatriz Garcia; Dafne Barcala Coutinho do Amaral Gomez; Thaís Alcântara; Regina Paula Guimarães Vieira Cavalcante da Silva; Paulyne Stadler Venzon; Fernanda Pegoraro de Godoi Melo; Sílvia Cwajg; Lúcia Helena Wagner; e José Luiz Muniz Bandeira Duarte.

Na segunda colocação ficou o trabalho "Evolução clínica de recém-nascidos de mães com covid-19 em hospital terciário no Brasil", de autoria dos drs. Bruna de Paula Duarte; Vera Lucia Jornada Krebs; Valdenise Martins Laurindo Tuma Calil; Maria Augusta Bento Cicaroni Gibelli; Werther Brunow de Carvalho; e Rossana Pulcinelli Vieira Francisco. 

Na terceira colocação o trabalho selecionado foi "Análise espacial dos desfechos desfavoráveis por sífilis congênita no estado de São Paulo", de autoria dos drs. Daniela Testoni Costa-Nobre; Carlos Roberto Veiga Kiffer; Rita de Cássia Xavier Balda; Adriana Sanudo; Mariza Vono Tandredi; Angela Tayra; Carmen Silvia Bruniera Domingues; Larissa Festa; Amanda Cristina Santos Jesuíno; e Carla Gianna Luppi. 

Os resumos inscritos foram avaliados por três membros experientes. Após criteriosa e sistematizada avaliação, 91% dos trabalhos preencheram os requisitos para aprovação. Os 24 resumos que receberam a maior pontuação foram indicados para apresentação no formato oral e concorreram à premiação. Além disso, 430 trabalhos foram classificados para e-poster e outros 24 foram classificados para top-poster. 

NICOLA ALBANO – Na cerimônia de premiação, a pediatra dra. Laura de Fátima Afonso Dias, membro da SBP, exaltou a influência do dr. Nicola Albano por gerações de neonatologistas. “Intuitivamente, em sua época, ela já usava ferramentas de qualidade que usamos hoje em dia. Aproveito para parabenizar os 520 trabalhos excelentes enviados, foi uma tarefa difícil escolher apenas três deles. Agradeço também à comissão organizadora pela oportunidade de participar da análise desses materiais que tenho certeza que irão colaborar com o cuidado ao recém-nascido, que é a nossa maior grandeza”, exaltou a médica. 

O pediatra dr. Luis Eduardo Vaz Miranda também falou, em vídeo, sobre a importância de Nicola, com quem teve a honra de trabalhar junto.  “Esse prêmio perpetua a memória desse ícone da pediatra e da neonatologia brasileiras, que foi um exímio professor e uma pessoa adorável”, declarou o médico. Nascido em 1935, na cidade do Rio de Janeiro, dr. Nicola Albano foi um apaixonado pela profissão que abraçou, vivenciou e compartilhou. Em 1961, após graduar-se em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas do Rio de Janeiro, tornou-se estagiário Hospital do Servidor Público do Estado do Rio de Janeiro.

Em 1965, foi nomeado médico da Maternidade Fernando Magalhães e em 1968 foi convidado a chefiar o berçário da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), onde iniciou intensa carreira acadêmica. Acumulava duas chefias, desempenhando-se com grande maestria. Na UERJ tinha alunos de graduação e estagiários.

Em 1977, a convite do Professor de Obstetrícia Domingos Machado, foi para a Bahia e, durante 45 dias ajudou a montar o IPERBA, o primeiro Instituto de Perinatologia do Brasil. Montou a Unidade Neonatal, deixou as rotinas médicas e a infraestrutura para que o serviço pudesse crescer por si só. Também foi fundador do Centro de Perinatologia do Estado do Rio de Janeiro (Ceperj), em 1978, onde organizou inúmeros cursos formadores de profissionais na especialidade e jornadas médicas.

Com uma intensa vida associativa, foi presidente da SBP (1978-1980), além de ocupar outros cargos como Secretário; Presidente do Comitê de Neonatologia; Diretor de Cursos e Eventos/ Diretor Científico; Vice-Presidente por duas vezes, e Presidente de Congresso Brasileiro de Pediatria.