Presidente da SBP fala em rede nacional sobre déficit de leitos pediátricos no Brasil


A presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dra. Luciana Rodrigues Silva, foi destaque na segunda-feira (29), no telejornal Bom dia, Brasil (Rede Globo), em matéria que abordou levantamento feito pela entidade sobre a disponibilidade de recursos físicos dos serviços de assistência à criança e ao adolescente no País. A pesquisa revelou que, nos últimos nove anos, o Brasil desativou 15,9 mil leitos de internação pediátrica, aqueles destinados a crianças que precisam permanecer no hospital por mais de 24 horas.

ASSISTA AQUI À INTEGRA DA REPORTAGEM DO BOM DIA, BRASIL.

De acordo com os dados do Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES), mantidos pelo Ministério da Saúde, em maio de 2010 o País dispunha de 48,8 mil leitos no Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2019, o número baixou para cerca de 35 mil – uma queda aproximada de quatro leitos por dia. No SUS, os estados das regiões Nordeste e Sudeste foram os que mais sofreram com a redução de leitos de internação: 5.314 e 4.279 leitos a menos, respectivamente. Em escala, surgem as regiões Sul (-2.442 leitos), Centro-Oeste (-1136) e Norte (-643).

VEJA AQUI O LEVANTAMENTO COMPLETO PUBLICADO NO SITE DA SBP.

Para exemplificar a crise, a matéria mostrou a história do menino Cauã, de 13 anos, que começou a perder peso rapidamente, chegando a pesar 24 quilos, e sofreu uma parada cardíaca. A mãe procurou atendimento em quatro hospitais públicos diferentes na cidade do Rio de Janeiro (RJ) e não conseguiu atendimento especializado devido à falta de leitos nos hospitais pediátricos.

À época, após o caso ganhar repercussão na mídia, a Secretaria Municipal de Saúde do Município do Rio de Janeiro providenciou a transferência de Cauâ para o Hospital Municipal Jesus, referência no atendimento pediátrico. Hoje, o menino está em casa, porém bastante debilitado.

“Em muitos estados, há crianças que esperam seis meses a um ano para fazer uma cirurgia eletiva. Há crianças que não conseguem chegar a um hospital de referência por falta de vagas e o risco para elas é o de não receber o tratamento adequado”, disse dra. Luciana à reportagem.