Pela primeira vez no Brasil, pediatras assistiram à aula do neuropediatra Mark Simms sobre “Distúrbios do Neurodesenvolvimento em Crianças”. O encontro com o diretor médico do Serviço de Desenvolvimento Infantil do Hospital da Criança de Wisconsin, no norte dos Estados Unidos, foi realizado na noite desta segunda-feira (12) pela Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape), sob a coordenação da pediatra Candice Barros.
Considerado uma das maiores autoridades norte-americanas no assunto, professor Simms, que é mestre em saúde pública, falou sobre o trabalho multidisciplinar que coordena nos Estados Unidos na área de desenvolvimento infantil. Lotado, o auditório da Sobape reuniu pediatras, psicólogos e outros profissionais que atuam em prol do desenvolvimento de crianças e adolescentes.
Ao agradecer a Mark Simms, a presidente da Sobape, pediatra Dolores Fernandez, destacou a “grande oportunidade que pediatras baianos tiveram de ouvir o especialista e tirar suas dúvidas acerca de esse tema tão profundo e tão presente no dia a dia dos profissionais”.
Organizadora da atividade de educação continuada, a pediatra Candice Barros citou algumas dificuldades enfrentadas pelos pediatras, que são pressionados a darem diagnósticos cada vez mais rápidos. “As terapias custam caro e há pouca disponibilidade dos tratamentos na rede pública de saúde, o que aumenta a busca pelo diagnóstico correto e de forma precoce”, diz.
AUTISMO - Ao iniciar a aula, professor Simms falou sobre o que chama de “explosão de consciência sobre o autismo” nos Estados Unidos, na Europa e também no Brasil nos últimos 15 anos. Ele citou o crescimento do número de pesquisas sobre o tema e a ampliação da oferta de serviços na área de atenção ao desenvolvimento infantil, bem como o maior número de casos identificados como Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O especialista alertou para o fato de muitas deficiências de linguagem ainda serem desconhecidas entre pediatras, assim como é o caso das disfunções intelectuais, que levam aos chamados distúrbios sociais pragmáticos. “As condições podem aparecer isoladas ou de forma conjunta, o que dificulta a avaliação”, afirma, destacando que não há um “teste padrão ouro” para diagnóstico do autismo de forma precoce e eficiente. “O autismo é algo crônico e é rara sua eliminação, apesar de já relatada”.
Mark Simms destacou a importância do tempo na identificação correta de um caso de autismo. “O desenvolvimento de uma criança pode mudar com o tempo e isso é parte do diagnóstico. Muitas vezes, antes dos 7 anos, pode haver um diagnóstico equivocado por causa da precocidade nas conclusões”, completou. Para que os pediatras atuem de forma mais segura na identificação do transtorno, o professor orienta que em primeiro lugar seja avaliada a linguagem da criança. “Em seguida, verifica-se alguma disfunção intelectual e, por último, a análise deve ser direcionada ao autismo”, pontua.
Ao final da aula, os profissionais fizeram perguntas a Mark Simms e tiraram dúvidas. Como aprofundamento sobre o tema, o professor recomendou a leitura de uma série artigos e estudos disponíveis no site www.chw.org/languagedisorder
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