Nos últimos meses, um dos temas que mais gerou preocupação nas famílias e pediatras brasileiros foi a vacinação contra covid-19 em crianças e adolescentes. Para orientar os médicos sobre como recomendar as vacinas para a faixa pediátrica, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) promoveu um webmeeting exclusivo para seus associados. Na oportunidade, especialistas revisaram os principais dados e trouxeram atualizações sobre o tema, com explicações sobre a importância da vacinação; qual imunizante utilizar em cada faixa etária; a segurança das vacinas; entre outras questões relevantes.
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A transmissão foi moderada pelo presidente do Departamento Científico (DC) de Imunizações da SBP, dr. Renato Kfouri, e contou ainda com a participação dos drs. Marco Aurélio Sáfadi (presidente do DC de Infectologia) e Eduardo Jorge (membro do DC de Imunizações). Para iniciar a discussão, o dr. Marco Aurélio explicou que para analisar o cenário da covid-19 na pediatria não se deve comparar com os efeitos da doença em adultos, mas sim com o cenário de outras doenças infectocontagiosas na população pediátrica.
“Se formos olhar o número de hospitalizações - que foram algumas dezenas de milhares atribuídas a síndrome respiratória aguda grave (SRAG) - e mais de três mil mortes em crianças e adolescentes, desde que iniciou a pandemia, nós chegamos claramente a conclusão que é uma doença longe de ser negligenciável e branda na população pediátrica. Ela tem uma carga importante e mais relevante que a grande maioria de doenças que são alvo nos programas de vacinação”, destacou.
O especialista ressaltou ainda que, particularmente no Brasil, a covid-19 é uma doença que precisa de estratégias de prevenção e tratamento, e as crianças devem ser incluídas nesses planos. Em seguida, o dr. Eduardo apresentou a revisão dos dados do boletim epidemiológico da doença no País, com foco na síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P) e na covid longa, que aumentam a carga da doença na pediatria.
“Inicialmente pensamos que as crianças seriam poupadas por essa doença, mas hoje observamos que elas foram duramente afetadas de forma direta, sendo infectadas pelo vírus, e indireta, com a perda de familiares e conhecidos. Quando avaliamos as consequências na morbidade, nós pediatras temos inúmeros motivos para orientar que as crianças e adolescentes compareçam nos postos de saúde e se vacinem”, enfatizou.
No decorrer da live, os doutores elucidaram também as dúvidas sobre a efetividade e segurança das vacinas. “Quando analisamos a relação risco e benefício e as chances de ter uma série de eventos adversos da covid-19 - que sabemos que gera um risco muitas vezes superior não só miocardite, mas de uma série de outros eventos -, você remete a um posicionamento favorável às vacinas. Hoje não conheço nenhum país que não veja dessa forma, todas as agências regulatórias entenderam assim mesmo aquelas que em algum momento hesitaram”, ressaltou dr. Marco Aurélio.
Ao fim da transmissão, os especialistas debateram as principais dúvidas dos pediatras que acompanhavam as palestras. Nesse momento, eles destacaram que o posicionamento da SBP é baseado em evidências científicas e que o objetivo é apresentá-las de forma acessível para os profissionais da saúde e a sociedade em geral para estimular as boas práticas em pediatria e a difusão de informações de qualidade.
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