A reunião dos Resultados dos Projetos POP-Brasil e Discussão de Agenda Estratégica para Enfrentamento da Infecção pelo HPV, em Brasília (DF), apresentou os resultados do estudo inédito de prevalência do papilomavirus no Brasil. Na ocasião, foram expostas as ações em curso para o enfrentamento do HPV no país, entre elas a vacinação fornecida pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), a prevenção combinada e fortalecimento das ações de saúde da mulher, do homem e dos adolescentes.
“Com os dados iniciais do POP-Brasil, foi possível determinar uma linha de base na infecção pelo HPV, que servirá para comparações futuras com novas amostragens e que permitirá uma avaliação do impacto do PNI contra o HPV”, explica o infectologista pediátrico, dr. Daniel Jarovsky, representante da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) na reunião realizada na última quarta-feira (22).
RESULTADOS – A pesquisa avaliou a preponderância do HPV e seus diferentes tipos em mais de 6.300 amostras válidas, o que resultou em uma prevalência geral de 53,6% do HPV entre a população participante, sendo 54,6% na população feminina e 51,8% na masculina. Os genótipos de alto risco para o desenvolvimento de câncer foram identificados em 35,2% dos participantes. Os dados revelam ainda que a prevalência do HPV se mostra maior na Região Nordeste (58,09%) e na região Centro-Oeste (56,46%). Na Região Norte, o índice é de 53,54%, no Sudeste de 49,92%, e na região Sul é 49,68%.
Em relação às infecções sexualmente transmissíveis (IST), 13,8% referiram a presença prévia de uma dessas doenças ou apresentaram resultado positivo no teste rápido para HIV ou sífilis. A idade média dos envolvidos no estudo foi de 21,6 anos.
Além destes números, foram expostos também os dados de cobertura vacinal de HPV para meninas de 9 a 14 anos, de 2013 até maio de 2018: 79,4% receberam a primeira dose, e 52,9% a segunda dose. Já para meninos de 11 a 14 anos, no período de 2017 até maio de 2018, os dados de cobertura são muito preocupantes: 33% receberam a primeira dose e apenas 8% a segunda dose.
De acordo com o dr. Daniel, todos os profissionais e entidades da saúde devem trabalhar juntos para melhorar esses resultados. “Para modificar positivamente estes números, o Ministério da Saúde, assim como as Sociedades Médicas e de Enfermagens, que estiveram presentes na reunião, discutiram propostas para disseminar a cultura de conhecimento sobre o HPV e aumentar as coberturas vacinais”, afirma.
PROJETO – O Projeto POP-Brasil é um estudo epidemiológico sobre a prevalência nacional de infecção pelo HPV. Sua criação levou em consideração a carência de estudos de abrangência nacional com uma metodologia uniforme para avaliar a prevalência do HPV e os tipos mais frequentes no Brasil. A pesquisa é inovadora no Brasil e complementar à literatura mundial, e agrega dados mais uniformes e abrangentes sobre a doença no País.
O estudo teve abrangência nacional, com envolvimento de todas as capitais, e foi realizado exclusivamente na Atenção Primária em Saúde. As coletas de amostras foram feitas entre 2016 e 2017 com faixa etária de 16 a 25 anos de idade já que essa população ainda não havia sido vacinada para o HPV.
O estudo foi uma iniciativa conjunta do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, de HIV-Aids e das Hepatites Virais e do Programa Nacional de Imunizações/Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, em conjunto com o Hospital Moinhos de Vento (Porto Alegre - RS), com recursos do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS).
*Com informações do site do Ministério da Saúde
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