A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) demonstra preocupação e alerta sobre os riscos que podem trazer aos pacientes a recente informação, publicada no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sobre a descontinuação temporária da importação do produto Florinefe (acetato de fludrocortisona) 0,1mg.
A Aspen Pharma Indústria Farmacêutica Ltda, empresa responsável pela importação do medicamento, enviou uma notificação à Anvisa relatando a situação do produto fabricado pela alemã Haupt Pharma Amare. A companhia alega que esta problemática ocorre devido à inconstância e ao cancelamento de voos após o bloqueio aéreo entre países europeus e o Brasil, motivado pela circulação da nova variante brasileira (P1) do novo coronavírus (Sars-CoV-2).
Diante da gravidade da situação, o 2º vice-presidente da SBP, dr. Edson Liberal, afirma que a SBP se empenhará para que logo esta questão seja sanada: “A SBP alertará a Anvisa, o Ministério da Saúde, o Ministério das Relações Exteriores, outros órgãos governamentais competentes, além da própria Aspen Pharma, sobre a necessidade de reinício imediato da importação do Florinefe. Uma vez que, terminado o estoque deste medicamento, isto pode gerar um grave problema de saúde pública, inclusive tendo como consequência a morte de pacientes”.
A Aspen Pharma Indústria Farmacêutica Ltda informa que possui estoque remanescente do produto no país e que encaminhou todas as unidades disponíveis para um único distribuidor, que atende a todo o território brasileiro, de forma a evitar o desabastecimento do mercado. Porém, não esclarece sobre a quantidade do produto que ainda há no Brasil ou determina uma previsão de retorno da importação do medicamento, que é o único desse tipo comercializado no país, e é usado de forma contínua e ininterrupta por pacientes portadores de insuficiência adrenal primária e hiperplasia adrenal congênita (HAC).
“No Brasil todo há centenas de casos de HAC sendo diagnosticados a cada ano. O Florinefe (acetato de fludrocortisona) é um hormônio mineralocorticoide, utilizado terapeuticamente para substituir a ausência de secreção da aldosterona nos pacientes com HAC e insuficiência adrenal primária. Caso os pacientes deixem de usar este medicamento evoluirão rapidamente para desidratação, hipotensão, choque e, até mesmo, óbito. Ou seja, o Florinefe é vital para essas pessoas”, alerta o dr. Crésio de Aragão Dantas Alves, presidente do Departamento Científico de Endocrinologia da SBP.
A insuficiência adrenal primária (IAP) é definida pela inabilidade do córtex adrenal em produzir quantidades suficientes de glicocorticoides e/ou mineralocorticoides. É uma condição rara, porém grave e potencialmente letal. Em crianças, a forma congênita é mais comum, sendo a hiperplasia adrenal congênita (HAC) sua principal etiologia, com incidência estimada em 1:10.000 a 1:15.000 nascidos vivos.
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