A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) publicou recentemente o documento científico “Neutropenia induzida por medicamentos não quimioterápicos”. Elaborado pelo Departamento Científico de Hematologia da entidade, o material esclarece aspectos importantes dessa complicação, que é uma desordem caracterizada pela diminuição dos neutrófilos circulantes no sangue e que varia de acordo com a etnia e a idade. No texto, são abordadas a etiologia da neutropenia (congênita e adquirida) por medicamentos, os critérios recomendados quando se suspeita que medicações são a causa do problema, entre outros tópicos.

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De acordo com o documento, “estudos mostram que em pacientes que desenvolvem neutropenia medicamentosa, dois terços deles podem estar utilizando mais de dois medicamentos, o que torna mais difícil a certeza de qual medicação está relacionada à situação de neutropenia”. No entanto, caso o médico identifique que um medicamento específico está causando a neutropenia, é necessário avaliar o risco-benefício de continuar com a medicação suspeita.

Pacientes com neutropenia possuem maior risco de desenvolver infecções. Isso ocorre porque os neutrófilos, que são as principais defesas do corpo, se encontram em número reduzido nessas pessoas. Além disso, “a ocorrência de febre em paciente com neutropenia grave é uma emergência clínica pelo risco elevado de septicemia”, aponta o texto. Por fim, o artigo mostra que ao constatar a neutropenia em exame de hemograma é importante “considerar a idade do paciente, se a neutropenia é leve, moderada ou grave e quais as possíveis causas”.

O Departamento Científico de Hematologia é composto pelos médicos Josefina Aparecida Pellegrini Braga (presidente), Isa Menezes Lyra (secretária), Paulo Ivo Cortez de Araújo, Paulo José Medeiros de Souza Costa, Liane Esteves Daudt, Sandra Regina Loggetto, Lisandro Lima Ribeiro, Cecília Fernandes Lorea. O documento contou com a colaboração do dr. Pablo Santiago como relator.