A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou nesta semana a nota especial “Campanha Nacional de Vacinação contra a poliomielite e multivacinação para atualização da Caderneta de Vacinação da Criança e do Adolescente”. O objetivo é estimular os pediatras brasileiros a atuarem de forma incisiva junto à população brasileira no esclarecimento e no convencimento sobre a importância e o valor das vacinas.

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De acordo com o documento, assinado pela presidente da SBP, dra. Luciana Rodrigues Silva, e pelo presidente do Departamento Científico de Imunizações da SBP, dr. Renato Kfouri, “qualquer estratégia que não conte com o engajamento do profissional da saúde que atua no campo das imunizações não será efetiva”.

COBERTURA VACINAL – “Vivemos, nos últimos anos, um cenário preocupante de baixas coberturas vacinais, praticamente para todas as vacinas infantis, com um importante agravamento dessa situação no ano de 2020, em função da Pandemia de COVID-19. Nenhuma das vacinas do calendário da criança atingiu as metas de coberturas de 90% a 95%”, alertam os especialistas.

Entre os adolescentes, as taxas de vacinação são ainda mais baixas. Em 2020, a vacina HPV alcançou 70% das meninas de 9 a 15 anos com a primeira dose e somente 40% dos meninos de 11 a 14 anos foram vacinados. Para as segundas doses, os índices foram de aproximadamente 40% e 30%, respectivamente. O reforço da vacina meningocócica C na adolescência, inicialmente oferecido dos 11 aos 14 anos e agora dos 11 aos 12 com a vacina quadrivalente ACWY, alcançou, no máximo, taxas em torno de 40%.

CAMPANHA NACIONAL – O dia 17 de outubro foi o dia “D” de divulgação e mobilização nacional. Este conjunto de ações tem como objetivos reduzir o risco de reintrodução do poliovírus selvagem no País, oportunizar o acesso às vacinas, atualizar a situação vacinal, aumentar as coberturas vacinais e sua homogeneidade, diminuir a incidência das doenças imunopreveníveis e contribuir para o controle, eliminação e/ou erradicação dessas doenças.

A campanha contra a poliomielite tem como grupo alvo as crianças menores de cinco anos de idade. Na multivacinação, o público-alvo é a criança e o adolescente menor de 15 anos de idade. São ofertadas todas as vacinas do calendário básico visando diminuir o risco de transmissão de enfermidades imunopreveníveis, assim como, reduzir as taxas de abandono do esquema vacinal.

“Em tempos de pandemia, as Unidades de Saúde estão preparadas para realizar uma vacinação de forma segura, de maneira a vacinar o maior número possível de crianças e adolescentes, adotando-se todas as medidas de proteção amplamente divulgadas, a fim de diminuir o risco de contágio da doença, tanto entre os trabalhadores da saúde como na população”, ressalta o documento.