O Outubro Rosa é o mês alusivo que congrega esforços de inúmeras entidades médicas e da sociedade civil organizada a fim de fortalecer as recomendações para o diagnóstico precoce e rastreamento do câncer de mama. Como defensora da prevenção, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) convoca todos os pediatras a apoiarem o movimento, desmitificando crenças em relação à doença e às formas de redução de risco.
“Os médicos são peças fundamentais neste processo. Os pediatras podem divulgar informações gerais sobre câncer de mama entre os familiares de seus pacientes e promoverem a adoção de hábitos de prevenção e comportamentos saudáveis em seu entorno”, destaca a presidente da instituição, dra. Luciana Rodrigues Silva, que também convoca as mulheres pediatras, de forma especial, a integrarem às suas rotinas atitudes que fazem a diferença.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com ações, como a prática de atividade física; a adoção de uma alimentação saudável; a manutenção do peso corporal adequado; e o consumo reduzido de bebidas alcoólicas. Além disso, o ato de amamentar é um dos fatores que ajudam a prevenir o aparecimento da doença.
Para a presidente da SBP, é preciso ampliar a compreensão sobre o controle do câncer de mama, pois se trata de um desafio que depende, principalmente, do acesso ao diagnóstico e ao tratamento com qualidade e no tempo oportuno. “Este é um esforço que não deve ficar limitado a apenas um mês, mas ser estendido ao longo de todo o ano”, ressaltou. Ela entende que não se pode negligenciar a doença e nem os meios de seu diagnóstico e prevenção: “por isso, a SBP apoia a iniciativa e espera que os médicos e a sociedade somem forças para reduzir a mortalidade e a morbidade relacionadas a este tipo de câncer”.
SOBRE A DOENÇA – No Brasil, as estimativas do INCA apontam para o surgimento de cerca de 60 mil novos casos de câncer de mama para cada ano do biênio 2018-2019, com um risco estimado de 56,33 casos para cada grupo de 100 mil mulheres. Excetuando-se os tumores de pele não melanoma, esse tipo de câncer é o mais frequente nas mulheres das Regiões Sul (73,07/100 mil), Sudeste (69,50/100 mil), Centro-Oeste (51,96/100 mil) e Nordeste (40,36/100 mil). Na Região Norte, é o segundo mais incidente (19,21/100 mil).
O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil – depois do de pele não melanoma – respondendo por cerca de 28% dos casos novos de neoplasias a cada ano. Após diagnóstico, as pacientes podem contar com tratamento gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar de pouco divulgado, os números mostram que o câncer de mama também acomete homens, representando apenas 1% do total de registros.
Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta idade a incidência do câncer de mama cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos, tanto em países desenvolvidos quanto naqueles em desenvolvimento. Do ponto de vista de clínico, há vários tipos de câncer de mama, sendo que a maioria dos casos tem bom prognóstico e de caráter genético/hereditário corresponde de 5% a 10% do total de casos da doença.
SINTOMAS – Os principais sinais e sintomas do câncer de mama são: caroço (nódulo) fixo, endurecido e, geralmente, indolor; pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja; alterações no bico do peito (mamilo); pequenos nódulos na região embaixo dos braços (axilas) ou no pescoço; saída espontânea de líquido dos mamilos.
Ao identificarem alterações persistentes nas mamas, as mulheres devem procurar imediatamente um serviço para avaliação diagnóstica. No entanto, tais alterações podem não ser câncer de mama. No entanto, destaca-se que a presença de um ou mais desses fatores de risco não significa que a mulher terá necessariamente a doença. Por isso, é muito importante haver uma avaliação clínica feita por um médico, que fará o diagnóstico e determinará as medidas de tratamento, se confirmada a doença.
Além de estar atenta ao próprio corpo, também é recomendado que mulheres façam uma mamografia de rastreamento (quando não há sinais nem sintomas) a cada dois anos. Esse exame pode ajudar a identificar o câncer antes do surgimento dos sintomas. Mulheres com risco elevado para câncer de mama devem conversar com o seu médico para avaliação do risco para decidir a conduta a ser adotada (veja quadro abaixo).
Diversos fatores relacionados ao câncer de mama:
Fatores ambientais e comportamentais |
Fatores da história reprodutiva e hormonal |
Fatores genéticos e hereditários* |
Obesidade e sobrepeso após a menopausa; |
Primeira menstruação (menarca) antes de 12 anos; |
História familiar de câncer de ovário; |
Sedentarismo (não fazer exercícios); |
Não ter tido filhos; |
Vários casos de câncer de mama na família, principalmente antes dos 50 anos; |
Consumo de bebida alcoólica; |
Primeira gravidez após os 30 anos; |
História familiar de câncer de mama em homens; |
Exposição frequente a radiações ionizantes (Raios-X). |
Não ter amamentado; |
Alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2. |
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Parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos; |
*A mulher que possui um ou mais desses fatores genéticos/ hereditários é considerada com risco elevado para desenvolver câncer de mama. |
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Uso de contraceptivos hormonais (estrogênio-progesterona); |
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Ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente por mais de cinco anos. |
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