A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançou esta semana o documento científico “Tratamento conservador da doença renal crônica em Pediatria: Noções gerais”. O material, produzido pelo Departamento Científico de Nefrologia da instituição, tem como objetivo chamar a atenção para a gravidade e tratamento infantil da doença renal crônica (DRC), que é um estado de dano irreversível e/ou redução na função renal, que pode ser progressivo.
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Segundo o documento, o termo mais aceito na comunidade nefrológica pediátrica é DRC, em substituição à nomenclatura insuficiência ou falência renal crônica. Uma vez que, DCR descreve de maneira mais clara os diferentes graus de disfunção renal e define de modo mais objetivo a disfunção como um continuum.
O diagnóstico de DRC pediátrica pelo Clinical Practice Guideline do Kidney Disease Improving Global Outcomes (KDIGO), de 2012, é uma revisão do antes proposto pelo guia do Kidney Disease Outcomes Quality Initiative (KDOQI), de 2002. A classificação do KDIGO inclui a etiologia, a função renal com base na taxa de filtração glomerular e a presença e a taxa de excreção de albumina. O estadiamento proposto pelo KDIGO para a DRC pediátrica, para crianças com idade maior que dois anos, estratifica grupos de risco de progressão e complicações com base na taxa de filtração glomerular (TFG) e é utilizado para guiar o tratamento.
De acordo com o documento, a condução terapêutica do paciente com DRC inclui os seguintes princípios: tratar a disfunção renal reversível; prevenir ou retardar a progressão da DRC; tratar as complicações da DRC; e identificar e preparar adequadamente a criança e a sua família para a terapia renal substitutiva, quando necessário. O momento de aplicação de cada uma dessas medidas varia primariamente com base na gravidade da disfunção renal.
No material destaca-se, ainda, que, em crianças com DRC, a identificação e o tratamento de causas reversíveis de disfunção renal aguda ou crônica podem resultar em algum grau de recuperação da função renal, se a intervenção for realizada de modo oportuno. As condições mais comumente associadas à disfunção renal reversível envolvem contextos de redução de perfusão renal, como: desidratação e instabilidade hemodinâmica, e exposição a agentes nefrotóxicos.
O documento da SBP enumera uma ampla gama de complicações que ocorrem em decorrência da disfunção renal progressiva, incluindo: anormalidades de fluidos e eletrólitos, DMO-DRC, hipertensão arterial, dislipidemia, déficit ponderal, desnutrição e risco de desfechos neurológicos desfavoráveis.
No documento científico são salientadas, ainda, algumas intervenções para retardar a progressão da DRC, como: controle da pressão arterial, controle da proteinúria, correção da anemia, manutenção de estado nutricional adequado e tratamento satisfatório do Distúrbio do Metabolismo Mineral e Ósseo da DRC (DMO-DRC). Outras intervenções estudadas em pacientes com DRC são: suporte nutricional, tratamento da dislipidemia, acidose metabólica, correção da anemia e controle dos níveis de ácido úrico.
O Departamento é composto pelos drs. Nilzete Liberato Bresolin; Érika Costa de Moura; Anelise Uhlmann; Arnauld Kaufman; Clotilde Druck Garcia; Kathia Liliane da Cunha Ribeiro Zuntinice; Lucimary de Castro Sylvestre; Maria Cristina de Andrade; Paulo Cesar Koch Nogueira; Ana Lucia Santos Abreu e Eduardo Hatanaka.
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