O Departamento Científico de Oncologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou nesta segunda-feira (3) as diretrizes para o manejo inicial da neutropenia febril, após quimioterapia, em crianças e adolescentes com câncer. O documento aborda o diagnóstico clínico, laboratorial ou por imagem, além do manejo terapêutico inicial. O lançamento da publicação faz parte das ações do Setembro Dourado, mês alusivo à prevenção do câncer infantojuvenil.
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De acordo com os especialistas, as taxas de mortalidade por câncer na criança e no adolescente são indicadores sensíveis do acesso e da efetividade dos cuidados médicos prestados, considerando que o progresso médico, em termos de diagnóstico precoce e tratamento, melhoraram a expectativa de vida desses pacientes.
“Atualmente, o tratamento do câncer envolve o uso de combinações terapêuticas mais intensivas, as quais determinaram aumento na sobrevida global e na sobrevida livre de doença. A terapia antineoplásica e a própria doença, entretanto, podem conduzir a eventos adversos agudos e crônicos, gerando sinais e sintomas que usualmente não são de domínio dos pediatras”, explicam os especialistas.
Segundo o documento, a febre pode ser a primeira manifestação de uma infecção grave, particularmente durante os períodos de neutropenia induzidos pela quimioterapia. “É importante o pediatra estar ciente que o paciente com doença oncológica possui risco aumentado de infecção, mesmo quando a contagem de neutrófilos é normal, pois essas crianças possuem alterações hematológicas qualitativas, ou seja, apresentam a chamada ‘neutropenia funcional’”, aponta.
A anamnese e o exame físico minucioso, além da estratificação de risco no paciente com doença oncológica e neutropenia febril, também são fundamentais, segundo a literatura científica. O pediatra deve, por exemplo, questionar sobre o tipo histológico da neoplasia, a data da última quimioterapia, tipo de quimioterapia utilizada, comorbidades associadas, causas concomitantes não infecciosas de febre, uso de antibiótico ou antifúngico recente (terapêutico ou profilático), presença de infecção prévia e sobre o uso de cateter intravascular ou a presença de outros dispositivos.
MANEJO – O manejo inicial da neutropenia febril deve seguir uma rotina baseada em três pontos, conforme previsto nos mais recentes guidelines. O primeiro ponto é a estratificação de risco, que deve ser validada em cada hospital, segundo sua capacidade local, e incorporada à prática clínica. “Por este motivo, não existe internacionalmente uma escala que seja recomendada de forma universal”, observam os especialistas.
O segundo ponto refere-se às coletas de exames e análises laboratoriais, como as hemoculturas e radiografia de tórax. Já o terceiro ponto aborda a antibioticoterapia empírica com a neutropenia febril de alto e de baixo risco.
“Nos pacientes com neutropenia febril, após quimioterapia, é fundamental que o antibiótico empírico seja imediatamente iniciado até que se aguarde o resultado dos exames complementares, pois as infecções no hospedeiro imunocomprometido progridem rapidamente. Nos casos em que a infecção é documentada, direciona-se o tratamento para etiologia. É essencial ainda, nesses pacientes, não se indicar o uso de supositório ou clister, pelo risco de translocação bacteriana entérica e choque séptico”, orienta o documento.
As diretrizes foram elaboradas pelos drs. Denise Bousfield da Silva; José Henrique Silva Barreto; Jose Carlos Martin Córdoba; Luiz Gonzaga Tone; Mara Albonei Dudeque Pianovski; Mariana Bohns Michalowski; Sidnei Epelman e Sima Esther Ferman.
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