Para esclarecer os pediatras a respeito do consenso que dispensa a necessidade de jejum de 12 horas na avaliação laboratorial do perfil lipídico, o Departamento Científico (DC) de Endocrinologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) elaborou um documento científico com orientações sobre a nova conduta. A publicação toma como base as diretrizes atualizadas em conjunto, no final de 2016, por cinco sociedades médicas de especialidades: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Sociedade Brasileira de Diabetes, Sociedade Brasileira de Análises Clínicas, Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial e Sociedade Brasileira de Cardiologia.
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De acordo com o texto, a necessidade de jejum para a obtenção do perfil lipídico estava relacionada à dosagem dos triglicerídeos, que, segundo as interpretações até então vigentes, podiam sofrer variações em função do tempo de privação de alimento e do conteúdo de gordura da última refeição, e, consequentemente, interferir na estimativa de colesterol LDC-C. No entanto, os estudos mais recentes demonstram que a quantidade de lipídeos no paciente alimentado é igual, em alguns casos até mesmo superior, à dosagem em jejum.
“Na maioria das pessoas, a quantidade de LDL-C (principal marcador lipídico de risco cardiovascular), colesterol total (Não-HDL-C) e triglicerídeos apresenta pouca variação quando verificados em jejum ou após uma refeição. Portanto, esses novos dados, inclusive com estudos em crianças, indicam que a determinação em estado alimentado é um bom indicador do perfil metabólico e um bom preditor de risco cardiovascular”, diz o documento.
A publicação explica que, a partir do novo consenso, a indicação do jejum fica a critério do especialista, sendo recomendada para pacientes com valores de triglicerídeos acima de 440 mg/dL, com histórico de pancreatite hipertrigliceridêmica, quando a ingestão de alimento afetar outro exame dosado simultâneo, entre outras exceções.
Além disso, o texto apresenta determinações sobre como os laboratórios devem realizar o exame, valores de referência específicos para crianças e adolescentes e informações técnicas sobre como determinar o perfil lipídico a partir das fórmulas de Friedewal e de Martin.
O DC de Endocrinologia da SBP é composto pelos drs. Crésio de Aragão (presidente); Kassie Regina Neves Cargnin (secretária); Leila Cristina Pedroso de Paula; Lena Stiliadni Garcia; Paulo Ferrez Collet-Solberg; Raphael Del Roio Liberatore Jr.; Renata Machado Pinto; e Ricardo Fernando Arrais. O desenvolvimento do documento contou também com a participação da presidente do DC de Cardiologia da SBP, dra. Patrícia Guedes de Souza.
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