As dificuldades enfrentadas para realização de transplantes de órgãos em crianças, inclusive o desafio de sensibilizar familiares e cuidadores de potenciais doadores, foram analisadas em reunião, em Brasília, com a participação de representantes da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e do Ministério da Saúde. O objetivo era elaborar estratégias para melhorar o acesso dos pacientes pediátricos ao tratamento.
No encontro, a dra. Andréa Jácomo representou a presidente da SBP, Luciana Rodrigues Silva. Pela AMIB, estava o dr. Paulo Ramos. Também estiveram presentes a dra. Rosana Nothen, coordenadora-geral do Sistema Nacional de Transplantes (SNT/DAET/SAS/MS) e sua assessora Patrícia Freire. O grupo foi recebido no dia 6 de outubro pelo secretário Nacional de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde (SAS/MS), dr. Francisco de Assis Figueiredo.
Na reunião, foi apresentado um painel sobre a atual situação do transplante de órgãos multiviscerais na pediatria e a dificuldade na implantação de procedimentos, mesmo com Centros Especializados para a realização. “Apesar de a pediatria contribuir com apenas 4% da lista de espera de transplante no Brasil, só no Estado de São Paulo cerca de 250 crianças e suas famílias aguardam ansiosamente na fila, e o que pesa é a ausência de crescimento do número de doadores nessa faixa etária. Há três meses não se consegue um doador”, comenta a dra. Andréa Jácomo.
PROPOSTAS – O Ministério da Saúde se colocou à disposição da SBP e da AMIB para discutir propostas para mudar o cenário brasileiro em relação ao déficit de doações, uma vez que o transtorno referente aos custos para a realização desses procedimentos em crianças no exterior via judicialização continua sendo uma demanda importante para o Governo Federal.
De acordo com a dra. Andréa Jácomo, foi sugerida a realização de uma reunião com os coordenadores de UTIs Pediátricas credenciadas pela AMIB, com a presença de um representante do Ministério da Saúde, no XI Congresso Pan-americano e Ibérico de Medicina Critica e Terapia Intensiva, que ocorrerá entre os dias 9 e 12 de novembro, no Rio Grande do Sul.
FILA DE ESPERA – Dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) mostram que 2.333 pessoas morreram à espera de um transplante de órgão no Brasil em 2015 – entre elas, 64 crianças. É a primeira vez que a associação divulga o número em seu relatório anual. Os dados são coletados com todas as centrais estaduais de transplantes. São Paulo responde por mais da metade das mortes na lista de espera (1.237).
De acordo os dados da ABTO, ingressaram na lista de espera por um transplante 28.941 pessoas apenas em 2015 – entre elas, 1.652 crianças. Há atualmente 31.881 pacientes no aguardo – a grande maioria (19.440) à espera de um rim. Segundo o Ministério da Saúde, que coordena o Sistema Nacional de Transplantes, há mais de mil equipes preparadas para realizar cirurgias distribuídas pelo Brasil e cerca de 400 unidades prontas para atuar nessa área.
“A doação de órgãos era pouco discutida até alguns anos atrás. Esse é um assunto delicado, mas que os profissionais da saúde devem dar atenção e trabalhar junto à sociedade. Já conseguimos avançar em relação aos transplantes de adultos, mas há muitas crianças nas filas de espera”, ressalta a dra. Andréa Jácomo.
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