O período que antecede o parto e a transição cardiorrespiratória pelo qual passa a criança, da vida intrauterina para a extrauterina, torna o nascimento um dos momentos mais críticos da vida. Ao nascer, o recém-nascido precisa respirar para que o cérebro e os demais órgãos sejam oxigenados. Quando ocorrem complicações durante o trabalho de parto, ou nascimento, e o neonato não assume espontaneamente a respiração, o risco de morte e de sequelas é alto e pode ser modificado pela qualidade da assistência prestada.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), para garantir que cada criança sobreviva e se desenvolva de modo a atingir seu pleno potencial, é necessário concentrar esforços em melhorar os cuidados durante o pré-natal, na hora do nascimento e na primeira semana de vida.
Com base nessas informações, o Instituto Protegendo Cérebros, Salvando futuros – em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e demais entidades – realizou a live de lançamento da campanha “Setembro Verde Esperança”, cujo objetivo é a conscientização dos riscos, prevenção e tratamento da asfixia perinatal. O evento online aconteceu na última terça-feira (15) e contou com representantes de todas as instituições envolvidas na iniciativa.
Pela SBP, participaram do encontro a presidente da instituição, dra. Luciana Rodrigues Silva; a neonatologista e diretora de Cursos e Eventos, dra. Lilian Sadeck dos Santos; a presidente do Departamento Científico de Neonatologia, dra. Maria Albertina Santiago Rego; o presidente da Academia Brasileira de Pediatria (ABP), dr. Mário Santoro Júnior; as coordenadoras do Programa de Reanimação Neonatal da SBP, dras. Maria Fernanda de Almeida Branco e Ruth Guinsburg.
Também estiveram presentes na transmissão online o fundador do Instituto Protegendo Cérebros, Salvando Vidas, dr. Gabriel Variane; a superintendente clínica da AACD, Alice Rosa Ramos; a coordenadora da Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, Janine Selva Ginani; o executivo de negócios do Instituto João Clemente, Flávio Gonzalez; a presidente da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil, dra. Letícia Brito Sampaio; o presidente da Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação, dr. Eduardo Rocha; e o fundador do grupo Neonatologia Brasil, dr. Guilherme Sant’Anna.
PROTAGONISMO – A presidente da SBP, dra. Luciana Rodrigues Silva, parabenizou o protagonismo da campanha e destacou empenho da Sociedade ao investir em ações voltadas para a causa, como o Programa de Reanimação Neonatal (PRN-SBP), a atuação do Departamento Científico de Neonatologia e ainda a campanha Nascimento Seguro, lançada em 2019. “Faremos tudo o que for possível para diminuir a asfixia perinatal. O esforço deve ser conjunto de todos nós pediatras”, frisou.
Já a presidente do Departamento Científico de Neonatologia da SBP, dra. Maria Albertina Santiago Rego, apresentou dados sobre óbitos neonatais durante a primeira semana de vida, principalmente nas primeiras 24 horas. “Cerca de 23% dessas mortes causadas por asfixia perinatal é caracterizada pelo prejuízo da oxigenação e do fluxo sanguíneo para os órgãos vitais”, explicou.
Dra. Albertina destacou ainda o estudo realizado pelo PRN-SBP mostrando que, entre 2005 e 2010, ocorreram 5-6 mortes precoces por dia de recém-nascidos com peso ≥2.500g e sem anomalias congênitas, por causas associadas à asfixia perinatal. A maior parte dessas mortes aconteceu no primeiro dia de vida.
Ela explicou que uma proporção das crianças que sobrevive à asfixia perinatal – particularmente aquelas que necessitam de reanimação avançada ao nascer – apresenta complicações graves que podem afetar as funções motoras, sensoriais, cognitivas e comportamentais.
Dra. Albertina salientou que a paralisia cerebral ocorre em 10-13% dos sobreviventes com encefalopatia hipóxico isquêmica moderada a grave. Ele também disse que pode ocorrer deficiência auditiva e/ou visual, dificuldade de aprendizado, desordens do espectro autista e distúrbios psicóticos, incluindo esquizofrenia.
Ela também reforçou que o conjunto de intervenções para reduzir a morbidade e a mortalidade associadas à asfixia perinatal incluem medidas para melhorar a saúde materna, o reconhecimento de situações de risco no pré-natal, a disponibilização de recursos humanos capacitados para atender ao parto e reconhecer complicações obstétricas, a reanimação neonatal imediata e adequada, e o tratamento das complicações do processo asfíxico, com a instituição de medidas terapêuticas dirigidas à insuficiência de múltiplos órgãos, com ênfase na neuroproteção.
NOVAS LIVES – Na abertura da campanha, foi apresentada ainda a agenda de lives para debater o tema central da campanha ao longo do mês de setembro. CLIQUE AQUI e confira as datas, os temas e os convidados que participarão dos próximos encontros virtuais.
Famílias em Pauta debate saúde mental de crianças e adolescentes
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