No Brasil, três a cada 10 crianças de cinco a nove anos de idade estão acima do peso, segundo dados do Ministério da Saúde. No intuito de reverter esse quadro, a Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Governo Federal promoveu a 1ª Oficina de Trabalho para definir as estratégias do Plano Nacional de prevenção e controle da obesidade infantil. O encontro, realizado na última semana, em Brasília (DF), contou com a participação da presidente do Departamento Científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dra. Virgínia Weffort.
De acordo com a especialista, a reunião iniciou as discussões sobre quais medidas podem ser implementadas para conter o avanço do problema no País. “Nas últimas décadas, a industrialização e outros fatores socioeconômicos transformaram os hábitos de vida do brasileiro. Esse processo elevou expressivamente o consumo de ultraprocessados e o número de obesos. Algo que necessita de novas políticas públicas como resposta”, afirmou.
Durante a reunião, entre as pautas indicadas como ponto de partida pelos componentes dos grupos de trabalho, destacaram-se: a promoção do aleitamento materno, método comprovadamente eficaz para a redução do risco de obesidade por toda a vida; o estímulo à prática de atividades físicas; e a promoção legal da alimentação saudável.
“A obesidade está diretamente relacionada ao desenvolvimento de comorbidades crônicas, como diabetes e hipertensão arterial. Mais crianças obesas ou com sobrepeso sinalizam um futuro com mais adultos doentes e qualidade de vida comprometida. É fundamental que toda a sociedade – pediatras, educadores, mães e pais – esteja reunida para evitar esse cenário que já se projeta”, enfatizou a dra. Virgínia Weffort.
No encontro, ocorreram ainda apresentações sobre o atual panorama epidemiológico da obesidade no Brasil, estratégias de prevenção em curso e pontos de avanço dos últimos anos. Em novembro, o Ministério da Saúde lançou a campanha “Prevenção e controle da obesidade infantil”, com foco na mudança de hábitos alimentares e promoção de exercícios físicos e brincadeiras longe das telas, em contato com outras crianças.
Além disso, ocorreu ainda uma palestra sobre a experiência bem-sucedida de Portugal na redução dos índices de obesidade infantil. “O tema é um desafio global, mas há exemplos que demonstram que o problema pode ser enfrentado com medidas eficazes. É preciso avançar na regulamentação da rotulagem aqui no Brasil e pressionar o poder público por leis que desestimulem o consumo de produtos ultraprocessados e com excesso de açúcar”, ressaltou a presidente do DC de Nutrologia da SBP.
Também participaram da Oficina de Trabalho do Ministério da Saúde representantes da Organização Panamericana de Saúde (OPAS), do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), além de membros de instituições de ensino e pesquisa e de organizações da sociedade civil.
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