A insegurança em unidades de saúde fez mais uma vítima neste final de semana (5), quando três homens agrediram violentamente o pediatra dr. Claudio Santos Pacheco em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Sul da Ilha, em Florianópolis (SC). Para a presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dra. Luciana Rodrigues Silva, o lamentável episódio reacende o alerta para o risco a que profissionais de saúde estão expostos todos os dias.
"É lastimável conviver com essa realidade, que não fica restrita somente aos pediatras brasileiros, mas extrapola à rotina de grande parte dos médicos brasileiros. Para que esse quadro seja desenredado, os órgãos representativos da categoria precisam se mobilizar”, disse dra. Luciana, após lembrar que o fato recente está diretamente evidenciado em pesquisa realizada pelo Datafolha, a pedido da SBP, que revelou a dimensão do problema da violência que afeta os pediatras brasileiros.
Segundo a pesquisa, que captou, em janeiro de 2017, a percepção de 1.211 pediatras de todos os estados, dois em cada dez pediatras no Brasil têm sido submetidos frequentemente a atos de violência em seu ambiente de trabalho. Em estruturas da rede pública de saúde, a incidência de tais casos aproxima-se de 30%, atingindo 26% do universo de médicos dessa especialidade. Em hospitais e consultórios privados, o indicador é de 12%. Outra revelação do levantamento é que 53% dos profissionais dividem o tempo entre expedientes das duas esferas.
O sentimento de exposição à violência é maior entre as mulheres (24%) e nas faixas etárias que vão de 26 a 34 e de 35 a 44 anos (30%em cada uma). Do ponto de vista da distribuição geográfica, a percepção é mais significativa nas regiões Norte (26%) e Sudeste (25%). Por outro lado, ela é menor no Sul do País (16%) e nos municípios do interior (19%), que é seis pontos percentuais abaixo do que se relatado nas regiões metropolitanas (24%).
MAIS SEGURANÇA – Diante dos frequentes relatos de violência contra profissionais da área de saúde, a SBP, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e outras entidades médicas têm recorrido aos Ministérios da Saúde e da Justiça e Segurança Pública, pedindo que invistam em ações para ampliar a proteção dos profissionais.
Entre os pedidos das entidades médicas estão o reforço de policiamento nas unidades de saúde e a consolidação, por parte do Ministério da Justiça, de um relatório que reúna informações sobre os casos. Tais informações, segundo as entidades representativas dos médicos, auxiliariam na elaboração de estratégias mais efetivas de combate aos ataques.
CAMPANHA – Além do apelo às autoridades brasileiras, no ano passado o CFM veiculou ainda uma campanha institucional focada nos médicos orientando-os sobre como proceder em caso de serem vítimas de agressões no ambiente de trabalho. Em uma série de informes e vídeos, os profissionais recebem o passo-a-passo para denunciar os abusos.
CONFIRA AQUI O VÍDEO DA CAMPANHA DE ORIENTAÇÃO AOS MÉDICOS
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