Mais de 200 pessoas e cerca de 15 instituições da sociedade civil participaram do VI Seminário sobre Crianças Desaparecidas, promovido em João Pessoa (PB) pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB). Durante o evento, realizado na última sexta-feira (1), o presidente da Sociedade Paraibana de Pediatria (SPP), dr. Leonardo Cabral Cavalcante, participou dos debates representando a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
O Seminário teve como objetivo estimular o debate sobre a construção de políticas e ações de enfrentamento para um problema tão grave e, ao mesmo tempo, pouco discutido. No País, estimativas indicam que desapareçam em torno de 50 mil crianças e adolescentes por ano e que quase 250 mil estejam ainda fora do lar.
Segundo o Centro Integrado de Operações Especiais (CIOP) da Paraíba, nos últimos dois anos, foram registradas 529 ocorrências de pessoas desaparecidas. Somente no início deste ano, até o dia 15 de janeiro, foram 14 notificações. Já os dados da Polícia Civil indicam que, em 2018, foram registrados 178 casos de desaparecimento de pessoas, sendo 23% desse total de crianças e adolescentes.
De acordo com o dr. Leonardo Cavalcante, o pediatra exerce uma função diferenciada dentro dessa problemática, uma vez que a criança ou adolescente, esteja onde estiver, um dia fatalmente necessitará de consulta médica. “Cabe ao pediatra estar atento ao comportamento das crianças durante o atendimento, assim como ficar vigilante quando se tratar de lesões que suscitem dúvida sobre sua origem, como queimaduras, maus-tratos, autoflagelação ou mesmo aspectos depressivos.
O especialista deve manter os sinais de alerta e sempre ter em mente que, mesmo sendo uma triste realidade, acontece de forma recorrente”, salientou. Os especialistas e representantes das instituições que participaram do evento ressaltaram a falta de informação como o grande entrave para a não solução desse problema. “Não temos no País um cadastro de crianças desaparecidas, não há uma integração das informações. Nós, como cidadãos, temos a obrigação de promover essa luta até que todas as crianças possam ser resgatadas, e impedir que novas desapareçam”, destacou o integrante da Comissão de Ações Sociais do CFM, dr. Ricardo Paiva.
O evento contou também com explanações de representantes dos Ministérios Públicos de São Paulo e da Paraíba, da Polícia Civil e da ONG Mães da Sé. Membros de diversas outras instituições, além de médicos e estudantes de Medicina, também puderam dar suas contribuições e sugestões durante o debate aberto ao público.
A presidente da ONG Mães da Sé, Ivanise Esperidião, emocionou a plateia ao contar sua história pessoal e luta pela causa. Com a filha desaparecida há 23 anos, ela falou de sua busca solitária durante os primeiros três meses do desaparecimento da menina, que foi à casa de uma amiga e não mais voltou. No ano seguinte ela começou a mobilizar pessoas e instituições.
“Infelizmente, o desaparecimento de crianças no nosso País é uma causa invisível aos olhos da sociedade e do poder público. Quem vive esse drama quer uma resposta. Vivo em um luto inacabável, na incerteza, com uma ferida que não cicatriza”, afirmou.
João Pessoa é a sexta cidade do País em que o Seminário sobre Crianças Desaparecidas foi realizado pelo CFM e contou com número recorde de participantes. Todos as edições são abertas à comunidade e aos profissionais que atuam em defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes.
*Com informações da assessoria de imprensa do CFM
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