Somente em 2017, mais de 3.800 crianças e adolescentes morreram devido a acidentes de trânsito no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, um terço desse total, corresponde a passageiros de veículos motorizados. Em resposta a esse alarmante panorama, o Departamento Científico de Segurança da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) elaborou um documento para orientar os pediatras a respeito da segurança da população pediátrica em veículos automotores.
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A publicação enfatiza, sobretudo, a alta eficácia dos chamados dispositivos de retenção para crianças – bebê-conforto, cadeirinha ou assento elevado/booster – como fator preponderante para a redução dos traumatismos e óbitos, desde que utilizados de forma adequada.
“Vários estudos avaliaram a proteção conferida pelos dispositivos de retenção em comparação ao uso do cinto de segurança. As estimativas demonstraram que pré-escolares têm 28% menos probabilidade de sofrer agravo fatal se estiverem corretamente presos a cadeirinha ao invés do cinto. Da mesma forma, o uso de assento elevado - para crianças maiores – pode reduzir o risco de traumatismo em cerca de 60%”, afirma o texto.
No documento, são apresentadas as recomendações técnicas – expressas em tabelas e gráficos – que podem ser consultadas pelos pediatras no momento de orientar as famílias sobre qual dispositivo de segurança é o mais adequado a cada faixa etária.
Entre as orientações gerais, destaque para a necessidade de verificar a conformidade do equipamento com os requisitos de certificação do Inmetro; proceder a instalação de acordo com as instruções do fabricante; e considerar o tamanho da criança – primordialmente a estatura, mas também o peso – não escolher um dispositivo.
LEGISLAÇÃO – Para os especialistas do Departamento de Trânsito da SBP, entre as estratégias essenciais de proteção passiva para a prevenção de agravos no trânsito, está a implementação de uma legislação rigorosa, com métodos de fiscalização eficazes e em associação a ações educativas no âmbito da Atenção Primária à Saúde.
Segundo a publicação, apesar de listado como uma liderança no Relatório da Situação Global da Segurança no Trânsito, da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil ainda está fora do grupo de nações com melhores práticas legislativas, devido a sua imperfeita e ultrapassada regulamentação para o transporte de crianças.
Não há por exemplo uma lei que obrigue a utilização de dispositivos de retenção em todas as crianças até os dez anos de idade ou altura de 1,35 metros. “É importante ressaltar que o aconselhamento para a prevenção de traumatismos em passageiros de veículos automotores tem papel singular entre as ações de puericultura, devendo ser incluído em todas as consultas de supervisão de saúde, do pré-natal até o final da adolescência”, enfatiza o texto.
O Departamento Científico de Segurança da SBP (gestão 2016-2018) tem como representantes os drs. Mário Roberto Hirschheimer (presidente); Danilo Blank (secretário); Ana Lúcia Ferreira; Luci Yara Pfeiffer; Marco Antônio Chaves Gama; Renata Dejtiar Waksman; e Tânia Maria Russo Zamataro
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