SBP participa da recepção dos residentes da USP e apresenta novo currículo de pediatria

Uma formação “completa” e com reconhecimento internacional. Esses são os pontos que chamaram a atenção de Júlia Melardi, que acaba de iniciar a Residência em Pediatria na Universidade de São Paulo (USP) – um dos onze Programas que oferecem o treinamento em três anos, com a lógica do Currículo elaborado pelo Global Pediatric Education Consortium (GPEC). …

Professores e residentes da USP -  Lilian S.Rodrigues Sadeck, Luis Guilherme de Cunto S.Del Nero , Magda Carneiro Sampaio, Julia Warchavchnik Melardi, Eduardo Vaz, Sandra Grisi, Thais Cristina Annibale Vendramini, Nathalie B.Vieira de Moura  e Werther Brunow de Carvalho
Professores e residentes da USP – Magda Carneiro Sampaio, Julia Warchavchnik Melardi, Eduardo Vaz, Sandra Grisi, Thais Cristina Annibale Vendramini e Nathalie B.Vieira de Moura (Fotos: Rogério Albuquerque)

Uma formação “completa” e com reconhecimento internacional. Esses são os pontos que chamaram a atenção de Júlia Melardi, que acaba de iniciar a Residência em Pediatria na Universidade de São Paulo (USP) – um dos onze Programas que oferecem o treinamento em três anos, com a lógica do Currículo elaborado pelo Global Pediatric Education Consortium (GPEC).  Nesta segunda-feira, o presidente da SBP, Eduardo Vaz, participou, com os professores titulares da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), Sandra Grisi, Lilian Sadeck, Magda Carneiro Sampaio e Werther Brunow de Carvalho, da abertura da Semana de Recepção de 40 jovens médicos, entregando a eles o livro impresso pela Sociedade (Editora Manole) com a nova orientação.

Sandra Grisi
Sandra Grisi

“Conversei com colegas que fizeram a residência em dois anos e disseram que não era suficiente”, diz Thaís Cristina Annibale Vendramini, que também acha a equivalência com outros países, facilitando a mobilidade, como está sendo proposta, “interessantíssima”.  Chefe do Departamento de Pediatria da FMUSP e na coordenação das atividades, dra. Sandra, que também é diretora de Ensino da SBP, explica que os alunos serão avaliados anualmente. “Isso é muito bom, incentiva o estudo constante”, diz Thaís.  Ao final dos três anos de residência, os que passarem receberão o Título de Especialista pela SBP, com aval do GPEC.

De acordo com a dra. Sandra Grisi, a formação atual tem por objetivo preparar a nova geração de pediatras para responder às necessidades de crianças e adolescentes, não apenas do ponto de vista da assistência aos doentes, mas, principalmente, acompanhando a saúde e oferecendo suporte para o pleno desenvolvimento do potencial cognitivo, biológico, social, de cada uma. Thaís Vendramini está ciente: “A pediatria vem mudando muito. Hoje a questão comportamental , por exemplo, está muito presente. Vou ter que me preparar bastante para encarar os pacientes”, diz. Vocacionada, a jovem conta que desde pequena queria ser médica e, por afinidade, sempre se direcionou para a pediatria, tendo sido inclusive diretora da Liga da Universidade Federal (Unifesp), onde se formou na graduação.

Valorização

Dr. Eduardo Vaz informa que a Sociedade vem atuando em várias frentes para trazer mais qualidade para o atendimento da criança e valorizar a profissão. De um lado, depois de quase 10 anos, conseguiu a aprovação na Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM)/ MEC) do aumento do tempo da residência de dois para três anos, com atualização do conteúdo, então bastante defasado.  De outro, vem participando de uma articulação mundial, juntamente com mais de 50 países reunidos no GPEC.

O novo currículo estabelece, detalhadamente, além das competências, originárias dos conhecimentos científicos, habilidades, atitudes, entre as quais a ética e a “advocacia da saúde e dos direitos da criança e do adolescente”. Inclui temas como violência, cuidados paliativos, medicina do esporte, saúde bucal, aprofunda a questão da saúde mental e da puericultura, com ênfase na influência do meio  ambiente no crescimento e no desenvolvimento com vistas à saúde do adulto. Torna também obrigatório o estudo das doenças crônicas e amplia o treinamento em adolescência.  A proposta inova também na metodologia, apontando, objetivamente, como fazer, porque, onde chegar, em cada item, permitindo que se avalie claramente o desempenho da educação. “Tudo isso fará com que o pediatra, muito mais qualificado, tenha também mais segurança para atender as novas demandas da pediatria, que sabemos são muitas e desafiadoras”, salienta o presidente da Sociedade.