SBP participa de reunião sobre pólio para discutir estratégias para cobertura vacinal

O Ministério da Saúde promoveu no último dia 8 uma reunião do Programa Nacional de Imunizações (PNI), com o intuito de discutir a estratégia de vacinação contra a poliomielite no Brasil.  O encontrou reuniu cerca de 30 membros da Câmara Técnica Assessora em Imunização e Doenças Transmissíveis. O grupo é formado por representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), autarquias, segmentos do poder público, comunidade científica e sociedade.

De acordo com o presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dr. Renato de Ávila Kfouri, que também participou do encontro, os especialistas discutiram a atual situação do País quanto ao uso de dois tipos de vacina contra a pólio: a de vírus morto, injetável; e a de vírus vivo inativado, via oral.

Segundo o pediatra, o debate sobre a baixa cobertura vacinal é essencial, considerando os números relacionados ao tema no País. “Nenhuma campanha de vacinação alcançou a meta estabelecida para 2020, com destaque para a pólio. Até outubro desse ano, 4,3 milhões de crianças ainda não haviam sido imunizadas contra a paralisia infantil”, conta.

Essa queda vem sendo notada nos últimos anos, porém foi agravada pela pandemia do novo coronavírus. Em 2015, a cobertura vacinal de pólio no país chegou a 98,2%; em 2018, 89,5%; e no ano passado caiu para 83,7%. Esse ano, até 17 de novembro, estava em apenas 61,3%.

“Precisamos melhorar essa questão e uma sugestão que levei ao encontro foi a criação de um comitê permanente de avaliação e manejo adequado dessas coberturas vacinais. Hoje, a pandemia piorou muito o cenário, mas a situação anterior já era preocupante. Precisamos traçar estratégias de longo prazo e enfrentar esse problema constantemente e não pontualmente, apenas nos momentos de crise”, propôs dr. Kfouri.