SBP participa de sessão na Câmara dos Deputados para discutir a universalização do teste do pezinho

Em razão do Dia Nacional do Teste do Pezinho, celebrado em 6 de junho, a Câmara dos Deputados realizou uma sessão solene com especialistas para discutir a universalização da nova triagem neonatal. Ciente da relevância do tema para a saúde pública brasileira, em especial para as crianças, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) participou do evento, representada pelo presidente do Departamento Científico de Imunizações, dr. Renato Kfouri.

Durante o evento, o pediatra destacou a necessidade de implementação do teste em todo o País e garantir o acesso ao teste para todos os recém-nascidos. “Em muitos lugares os exames não são colhidos, os laboratórios não estão preparados e os kits para a realização dos testes não chegam. Com isso, as crianças perdem a janela de oportunidade de tratamento e as sequelas se instalam trazendo consequências justamente para os estados que têm menos condições de lidar com essas crianças e consequentemente aumentando mais ainda a desigualdade nesse país”, ressaltou.

Entre os especialistas convidados, também estiveram presentes: o representante do Instituto Jô Clemente, Michel Brull; a fundadora da Casa Hunter, Andréia Bessa; e a neuropediatra Fernanda Monte

TESTE DO PEZINHO AMPLIADO - O exame, realizado através da coleta de sangue do calcanhar do recém-nascido entre o 3º e o 5º dia de vida, auxilia na identificação precoce de doenças metabólicas, genéticas e infecciosas e, com isso, possibilita o diagnóstico e tratamento precoces. Em maio de 2021, foi regulamentado (Lei 14.159/21) o teste do pezinho ampliado no Sistema Único de Saúde (SUS), para a detecção de 50 doenças no bebê.

A lei marcou um grande avanço para a saúde pública, já que a triagem neonatal anterior – prevista no Programa Nacional de Triagem Neonatal desde 2012 – detectava apenas seis doenças (fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doença falciforme e outras hemoglobinopatias, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase).

Apesar da conquista que o teste do pezinho ampliado representa, o dr. Kfouri reforça que ainda é preciso lutar para garantir o acesso em todos os estados brasileiros e assim possibilitar a saúde e qualidade de vida das crianças, já que muitos municípios não conseguem ao menos realizar o teste para as doenças preconizadas. "Temos que continuar progredindo para detectar ainda mais doenças, como foi definido em 2021. Mas isso tem que ser feito com qualidade de forma que nenhuma criança do Brasil fique para trás", afirma.

*Com informações da Rádio Câmara