A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) enviou, na última semana, uma carta para a Associação Médica Brasileira (AMB) destacando sua posição em relação a possíveis modificações nos Programas de Residência Médica em Pediatria (PRMs), durante a pandemia de COVID-19. No texto, a entidade ressalta a importância de delegar às Comissões Estaduais de Residência Médica (CEREMs) as decisões sobre a complementação do treinamento dos médicos residentes.

Para a SBP, diante da dimensão continental do Brasil e das profundas diferenças regionais – de caráter demográfico, social e econômico – é imprescindível ouvir os variados Programas, para considerar particularidades relevantes. “Por isso, ao enfrentar a crise atual, a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) deve atuar em conjunto com as CEREMs para estabelecer as medidas adequadas”, ressalta o documento.

No entendimento da entidade, uma solução horizontal e uniforme para todo o território nacional poderia incorrer em equívocos, principalmente no contexto do aproveitamento da formação final dos médicos residentes que se viram envolvidos numa situação singular de crise de saúde.

QUALIDADE – Segundo a coordenadora de Residência e Estágio em Pediatria da SBP, dra. Ana Cristina Ribeiro Zöllner, as interrupções variadas aos PRMs, em diferentes estágios operacionais, devem ser conduzidas em consonância, com a análise particular das Comissões Estaduais e a devida anuência da CNRM.

“A SBP, como entidade científica enfaticamente preocupada com a formação e o treinamento do pediatra, não abre mão da qualidade a ser obrigatoriamente oferecida pelos Programas. Sabemos que grande parte da carga horária de treinamento ocorre em ambulatórios de puericultura e outras Áreas de Atuação da Pediatria, que com a pandemia foram diretamente atingidos” disse. Segundo ela, é preciso uma verificação particular dos casos e a possibilidade de adaptações locais, de acordo com a matriz de competências realizada em parceria pela CNRM e SBP.

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