SBP se reúne com ministra da Saúde para discutir estratégias de ampliação da vacinação infantil

Retomar e ampliar as coberturas vacinais por todo País é um compromisso de todos. Essa responsabilidade motivou a diretoria da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) a se reunir com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, a fim de discutir estratégias e colocar a SBP à disposição para aumentar a proteção a doenças imunopreveníveis vividos atualmente pelas crianças e adolescentes brasileiros.

Na última quinta-feira (7), ao lado do presidente da SBP, dr. Clóvis Francisco Constantino, do diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Eder Gatti, e da coordenadora de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente (SAPS), Sônia Venâncio, a ministra anunciou a substituição gradual da Vacina Oral Poliomielite (VOP) pela versão inativada (VIP) do imunizante a partir de 2024. A nova recomendação foi apresentada em live realizada na sede da entidade, no Rio de Janeiro.

Também estiveram presentes os membros da diretoria da SBP, os drs.  Edson Ferreira Liberal (1º vice-presidente da SBP), Maria Tereza Fonseca da Costa (Secretária Geral), Sidnei Ferreira (Diretor Financeiro), Ana Cristina Ribeiro Zöllner (1ª Secretária), Claudio Hoineff (3º Secretário) e Maria Angélica Barcellos Svaiter (2ª Diretora Financeira). A transmissão contou ainda com a participação virtual de representantes regionais das filiadas da SBP.

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“É uma pauta de alta sensibilidade para as nossas crianças e adolescentes. A SBP é uma entidade científica e sabemos muito bem as prioridades que os agentes públicos devem ter em relação às suas atividades para que consigamos alcançar o nosso objetivo primordial: proteger a população pediátrica. Unir a ciência com as políticas públicas é a nossa principal contribuição hoje”, destacou o presidente da SBP.

PLANO DE AÇÕES – Entre as estratégias destacadas durante a reunião está a criação do Departamento do PNI para maior dinamismo na coordenação e gestão do programa. A partir disso, é possível maior integração com a vigilância das doenças imunopreveníveis; autonomia no planejamento de compras na gestão da rede de frio; e maior capacidade de articulação dentro e fora do Ministério da Saúde para construção de políticas públicas.

Neste cenário, o diretor do PNI pontuou que as ações serão voltadas a atacar os motivos da queda das coberturas vacinais. Ele destacou que um dos grandes problemas crônicos no Brasil é no registro de doses aplicadas. Contra isso, está previsto para ser iniciada ainda este ano a padronização de todos os sistemas para reduzir a perda dessas informações e aumentar a oportunidade e qualidade dos dados, unificar a base de dados e oferecer relatórios com mais detalhes e precisão.

Para garantir a recuperação vacinal, ocorrerá ainda uma ação de checagem das cadernetas de crianças e adolescentes menores de 15 anos e de atualização das doses faltantes, com uma busca ativa dos não vacinados. Essa estratégia será direcionada com um microplanejamento direcionado aos municípios para que façam um diagnóstico da realidade local e tracem as variáveis sociodemográficas, situação dos serviços de saúde e panorama de vacinação.

Segundo o Ministério da Saúde, a partir do segundo semestre também ocorrerão sessões de treinamento e intensificação da vacinação pelo País. Diferente de outras ações, esta não será realizada simultaneamente por todo o território nacional (como o Dia D, por exemplo), mas seguirá o planejamento individual de cada município e estado.

POSSIBILIDADES - Após a apresentação, representantes regionais das filiadas da SBP fizeram apontamentos e sugestões para as estratégias elaboradas pelo Ministério da Saúde. Nesse momento, os pediatras explicaram a necessidade de ampliar os dias e horários em que as vacinas são oferecidas para a população, principalmente nos locais remotos; a incorporação da Pneumo13, que protege contra 13 sorotipos diferentes de pneumococo; e ações de marketing que contemplem a realidade e cultura de cada região.

Os especialistas pontuaram também que é preciso intensificar o estímulo de vacinação nas escolas; educação continuada sobre o tema aos profissionais de saúde e agentes comunitários dos postos de saúde; e reforçaram a importância do pediatra nas equipes e estratégias de Atenção Básica. Acrescentou-se a proposta de também atualizar a vacinação por ocasião de altas hospitalares, momento em que as famílias estão sensíveis à saúde de seus filhos.

“Parear a ciência e a responsabilidade social com a administração pública é tudo que a população brasileira necessita. A SBP, que une 45 mil pediatras e mantém 27 filiadas pelo Brasil afora, está totalmente à disposição para que possamos colaborar com esse objetivo tão importante para nossas crianças”, ressaltou o dr. Clóvis durante a reunião.