Pelo segundo ano, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) se integra à campanha nacional “Setembro Verde Esperança”, que considera este mês como um período de conscientização sobre a asfixia perinatal. Como parte deste projeto, foi elaborado o documento “Dez Passos Básicos no Atendimento ao RN com Asfixia Perinatal”, voltado aos pediatras e neonatologistas. O material foi elaborado conjuntamente pela SBP; Fundação Oswaldo Cruz; Instituto Nacional de Saúde da Criança, da Mulher e do Adolescente Fernandes Figueira; Estratégia QualiNeo (Ministério da Saúde); Grupo Neonatologia Brasil; e Instituto Protegendo Cérebros Salvando Futuros.
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A ação tem como objetivo promover estratégias de prevenção de sequelas neurológicas em crianças de alto risco, e um dos passos destaca a importância de seguir as diretrizes do Programa de Reanimação Neonatal da SBP (PRN/SBP). Dra. Maria Albertina Santiago Rego, presidente do Departamento Científico de Neonatologia da SBP, exalta o papel do pediatra nesse suporte.
“Reunimos recomendações clínicas necessárias para o cuidado oportuno, sem demora, ao recém-nascido que apresenta quadro clínico de encefalopatia hipóxico-isquêmica, nas formas moderada e grave. E, para isso, é importante a presença do pediatra na atenção primária à saúde, compondo a equipe do cuidado obstétrico nos processos complexos que envolvem a gestação e o parto. Para que, assim, sejam alcançados resultados favoráveis com redução de doenças evitáveis, mortes ou sequelas ao longo da vida”, explica dra. Albertina.
Já o dr. Gabriel Variane, fundador do Instituto Protegendo Cérebros Salvando Futuros (PBSF), que coordena a campanha, enfatiza a importância do material, uma vez que a asfixia perinatal está entre as principais causas de morte ou lesões neurológicas permanentes em crianças.
“Buscamos reunir um grande número de pessoas e instituições que acreditam na importância da implantação de políticas públicas para redução do impacto da doença em nosso país. A adoção de ações preventivas, como assistência ao nascimento e capacitação em reanimação neonatal, é essencial. Após a admissão na UTI neonatal, uma série de medidas específicas são necessárias para o manejo clínico do recém-nascido. Por isso, tivemos a ideia de criar uma ferramenta prática, de rápida e fácil leitura, para que o neonatologista tome as decisões com maior assertividade e segurança”, detalha dr. Variane.
No Brasil, estima-se que cerca de 15 a 20 mil crianças possam nascer com falta de oxigênio no cérebro, condição que é a terceira causa de morte no período neonatal e que pode levar à lesão cerebral, tais como paralisia cerebral, deficiência cognitiva, cegueira ou surdez. Dr. Sérgio Marba, assessor de Políticas Públicas da SBP e consultor Neonatal do Ministério da Saúde e do Portal de Boas Práticas do IFF/Fiocruz/MS, ressalta o impacto social, familiar e individual dessa condição.
“O tratamento adequado impacta economicamente de forma contundente essas famílias, com custos em exames complementares, internações hospitalares e acompanhamento médico multidisciplinar a longo prazo. Por isso, é crucial chamar a atenção da população, dos setores públicos e privados e dos gestores em saúde sobre a asfixia neonatal, um grave problema de saúde pública no mundo e que atinge mais de um milhão de recém-nascidos por ano”, alerta Marba.
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