Sobape entrega V Edição do Prêmio Professor Nelson Barros

“O Residente em Pediatria” foi o tema da aula da presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Luciana Silva, que abriu a programação V Edição do Prêmio Professor Nelson Barros, promovido pela Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape). Na noite desta terça-feira (24), foram premiados com valores entre R$800 e R$3 mil os seis autores dos trabalhos científicos baianos com temas pediátricos classificados nas categorias Residente de Pediatria e Estudante de Medicina.

Conduzida pelo pediatra Fernando Barreiro, diretor de Integração Regional da SBP e ex-presidente da Sobape, a solenidade, que lotou o auditório da sociedade, incluiu homenagem aos dez anos da Liga Acadêmica de Medicina (Laped). Após apresentarem as atividades, a presidente e a vice-presidente da liga, Natália Medeiros e Larissa Brandão, respectivamente, receberam uma placa da presidente da Sobape, a pediatra Dolores Fernandez, que destacou “o pioneirismo e a contribuição da Laped, que aproxima o estudante da pediatria”.

Na categoria Residente de Pediatria, o primeiro lugar do Prêmio Professor Nelson Barros foi de Jáder Almeida, cujo trabalho sobre doença renal pediátrica de risco foi orientado pelos professores Marina Lordelo e Ivan Valente. O segundo lugar ficou com Naiara Galvão de Araújo Alcântara, que tratou do uso da Carvedilol em pacientes pediátricos com disfunção ventricular, sob a orientação da professora Isabel Guimarães. O terceiro lugar coube a Maria Bomfim Sucesso, que abordou doença falciforme. Por estar em atividade acadêmica, a autora foi representada pela orientadora, a professora Cláudia Cendon.

No grupo Estudantes de Medicina, Ana Paula Leite recebeu o primeiro lugar com um trabalho sobre crescimento de meninos com puberdade precoce, orientado pelo professor Luis Fernando Adan, diretor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (FMB/Ufba). Paloma Bittencourt recebeu o segundo lugar com uma pesquisa sobre fibrose cística, sob orientação da professora Edna Lúcia Souza. Orientada pelo professor Ubirajara Barroso, Ingrid Mesquita ficou em terceiro lugar com o tema adequação ao gênero, satisfação sexual e qualidade de vida em pacientes com deficiência de 5-AlfaRedutase.

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NELSON BARROS - Para Dolores Fernandez, é uma grande honra realizar a quinta edição do prêmio em homenagem ao professor Nelson Barros. “Esse mestre com o qual convivemos e com quem compartilhamos ensinamentos deu o norte à nossa carreira profissional. Ficamos felizes com a ampla participação dos estudantes e residentes, que dão uma valiosa contribuição à área científica do nosso estado”, comemora, destacando que só podem concorrer trabalhos realizados na Bahia.

O diretor da FMB, Luis Adan, também falou sobre o convívio com professor Nelson e destacou a satisfação em participar da entrega do prêmio, sobretudo porque a FMB, primeira escola de ensino superior do Brasil, com 210 anos, sempre primou pelo atendimento a crianças e adolescentes. “Continuamos lutando para que o atendimento primário a crianças e adolescentes seja feito por pediatras”, pontua.

Além das presidentes da SBP e da Sobape e do diretor da Faculdade de Medicina da Ufba, compuseram a mesa da cerimônia a coordenadora dos Departamentos Científico da Sobape, a pediatra Helita Azevedo e a pediatra Isabel Freitas. Criado em 2013, o prêmio é um reconhecimento à memória do fundador e primeiro presidente da Sobape, o pediatra e professor emérito da Ufba Nelson Barros, que faleceu em março de 2014.

REFLEXÕES SOBRE A PEDIATRIA - Ao citar o poeta português Miguel Torga, Luciana Silva iniciou a aula dizendo que, “apesar de nos deixarem, continuam conosco as pessoas que amamos”, numa referência à primeira edição do prêmio, que contou com a presença do professor Nelson e de sua família. “Tenho gratidão especial por ele, que me trouxe para a Sobape e me levou à SBP, maior sociedade médica do Brasil, com 22 mil sócios num universo de mais de 39 mil pediatras, segundo último levantamento do Conselho Federal de Medicina”, cita.

Reafirmando a importância do prêmio para estudantes de medicina e residentes de pediatria, a presidente da SBP disse que se trata de uma profissão rica que precisa ser valorizada a cada dia. Na sua abordagem, convocou todos para reflexões acerca da pediatria no Brasil, do papel do pediatra, da distribuição dos profissionais, do contexto em que trabalham e da questão da assistência à saúde, entre outros aspectos. A questão da má distribuição dos profissionais teve destaque na apresentação. Segundo Luciana Silva, a região Sudeste concentra 55% dos pediatras, enquanto as regiões Norte e Centro-Oeste têm apenas 4% e 8,6%, respectivamente, e o Sul e o Nordeste empatam com 6,2%.

"A SBP defende que o recém-nascido, a criança e o adolescente sejam assistidos por pediatras. Não precisamos de mais escolas médicas, mas de hospitais, residências e serviços ambulatoriais com plano de carreia para atrair os pediatras”, sentencia. Ela cita que no Brasil são 272 residências de pediatria e que, a partir de 2019, todas deverão passa a ter três anos de duração, o que fortalece a formação dos novos pediatras, mas só ocorre em nove programas até agora.  Ao final do evento, a professora Luciana Silva sorteou entre os residentes e estudantes exemplares do livro de sua autoria, Diagnóstico em Pediatria.