“É importante que todos fiquem alertas à microcefalia, para que consigamos chegar ao diagnóstico preciso sobre o que, neste momento, está causando a má-formação e possamos unificar nossa conduta”, diz a pediatra especialista em infectologia, Maria Ângela Wanderley Rocha, que trabalha em Recife, no Hospital Oswaldo Cruz, da Universidade de Pernambuco, e colabora com a Secretaria de Saúde do Estado.
“Os casos começaram a aparecer no final de agosto. Foram os neurologistas que começaram a perceber de que algo não estava dentro da normalidade. Em média, são registrados aqui nove casos de microcefalia por ano. Agora, estão sendo investigados 487, de acordo com os últimos dados oficiais”, diz a dra. Ângela.
O presidente da SBP, Eduardo da Silva Vaz, pede que os pediatras de todos os estados fiquem atentos e notifiquem. Além de Pernambuco, Paraíba, Sergipe, Rio Grande do Norte, Piauí, Alagoas, Ceará, Bahia e Goiás já registram casos suspeitos.
A microcefalia é caracterizada pelo tamanho da cabeça, que se apresenta menor do que o esperado para a idade da criança e decorre de várias causas, principalmente genéticas e infeciosas. Neste momento, estão sendo investigadas principalmente as infecciosas que podem ter acometidos as mulheres no período que vai do primeiro ao quarto mês de gestação, que é quando o cérebro do bebê se forma. Como atualmente a Dengue, a Chikungunya e a Zika – transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti – são o que difere no cenário brasileiro, suspeita-se que os casos que ocorrem agora estejam relacionados com as doenças. Várias outras possibilidades estão também sendo consideradas e dra. Ângela acredita que até o final do ano tudo esteja esclarecido.
O que fazer
Além do exame de rotina na sala de parto, com a medição do perímetro cefálico e anotação na carteira da criança, se o médico suspeitar de microcefalia, “é bom que já providencie uma tomografia (sem contraste), adiantando o procedimento ao encaminhar a um centro de referência ou para o acompanhamento que fizer”, salienta Ângela Rocha. “A imagem é muito importante. Cérebros com 33 cm de perímetro ou menos, em bebês nascidos a termo (ou com dois desvios padrão nos prematuros), devem ser investigados”, lembra.
Leia aqui o mais recente informe epidemiológico do Ministério da Saúde (MS) e a nota à imprensa
Veja também a Nota informativa N⁰ 01/2015 da Secretaria de Vigilância em Saúde do MS
Neuroblastoma: o que o pediatra precisa saber?
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