Peito chiando, tosse espasmódica noturna, desconforto respiratório e despertar noturno. Esse quadro, conhecido de muitas famílias, é queixa comum nos consultórios pediátricos e pode indicar a existência da mais frequente das doenças pulmonares: a sibilância recorrente do lactante e pré-escolar (SRLP). Trata-se de uma síndrome caracterizada pela presença, por um determinado período, de três ou mais episódios de sibilância em crianças com idade entre um mês e cinco anos.

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O documento Sibilância Recorrente do Lactente e Pré-Escolar, produzido pelo Departamento Científico de Pneumologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), traz informações atualizadas que podem auxiliar o profissional de pediatria no atendimento a crianças com sibilância e asma. O artigo aborda temas como fatores de risco, epidemiologia, diagnóstico, exames complementares e tratamento.

FATORES DE RISCO - As infecções virais em pré-escolares são os principais desencadeantes de sibilância, especialmente o vírus sincicial respiratório (RSV), enquanto o rinovírus (HRV) parece ter relação mais nítida com o desenvolvimento subsequente da asma. Outros fatores de risco para a sibilância e asma neste grupo etário parecem estar relacionados ao uso de antibióticos e paracetamol, além da prematuridade e do baixo peso ao nascimento, que podem comprometer a função pulmonar.

De acordo com o documento, o tabagismo também deve ser considerado. A exposição intrauterina ao tabagismo passivo determina redução da função pulmonar no recém-nascido e aumenta o risco de desenvolver infecção respiratória associada a sibilos que ocorre devido à inflamação.  Estudos apontam ainda entre as causas para a sibilância em menores a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), que pode causar doença respiratória por aspiração do conteúdo gástrico, entre outros problemas.

Embora os fatores de risco sejam conhecidos, o diagnóstico nem sempre é fácil. Por sua natureza multicausal, a SRLP demanda uma investigação sistemática das etiologias prováveis na grande parte dos casos, guiada pela anamnese e exame físico. Para auxiliar o profissional de saúde, o estudo da SBP traz ainda uma tabela com os riscos de predição de asma em pré-escolares e uma relação dos tratamentos específicos nos casos de sibilância, bem como as terapias não recomendadas para menores de quatro anos.