É consenso em todo o mundo que o primeiro alimento de um recém-nascido deve ser o leite materno e, na ausência deste, o leite humano de banco de leite. Estudo com mais de dez mil crianças que sobreviveram às primeiras 24 horas de vida mostrou redução de 22% da mortalidade neonatal associadas à pratica da amamentação na primeira hora. Para orientar mães e profissionais de saúde, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançou também neste mês o documento “Uso e abuso de fórmula infantil na maternidade em recém-nascidos sadios a termo”. O documento é mais uma contribuição da instituição para o Agosto Dourado.
A última Pesquisa Nacional de Demografia e a Saúde da Criança e da Mulher mostrou que, apesar de 98% dos nascimentos ocorrerem em hospitais, 20,5% dos recém-nascidos eram alimentados com pré-lácteos, ou seja, líquidos oferecidos antes do leite materno, como água, chá, água com açúcar, glicose, soro e outros leites. A prática foi aplicada principalmente em mulheres que fizeram cesarianas em hospitais privados. Existem evidências de que o uso de fórmula e alimentos não lácteos na maternidade, sem indicação, está associado à interrupção precoce da amamentação.
Segundo o documento, é comum as crianças perder peso nos primeiros dias de vida, principalmente pela perda de mecônio e pela diurese fisiológica dos fluidos extracelulares. Não existe, no entanto, nenhum parâmetro científico atual que diga qual a perda de peso aceitável de um recém-nascido em relação ao seu peso de nascimento. Este fato, somado a constatação de que o volume de colostro de uma mãe nos primeiros dias de vida do bebê é pequeno, fazem com que os profissionais de saúde indiquem fórmulas complementares para bebês sadios, não apenas no Brasil, mas em outras partes do mundo.
ORIENTAÇÕES GERAIS – O documento da SBP recomenda aos pediatras, porém, que evitem qualquer tipo de suplementação desnecessária. Ao orientarem as mães sobre técnicas de amamentação, fisiologia da lactação e comportamento do bebê, os especialistas devem prestar esclarecimentos também sobre informações conflitantes que podem influenciar uma mãe.
Para a SBP, os pediatras devem estar atentos ainda para reconhecer os fatores sociais e culturais que podem interferir na decisão da mãe em manter a amamentação, além observar o padrão de sono e o comportamento do bebê.
O documento destaca ainda alguns fatores que podem indicar a suplementação, como como é o caso da hipoglicemia assintomática, evidência clínica e laboratorial que apontam para uma possível desidratação, cujos sintomas passam pelo atraso na evacuação (menos de quatro evacuações no quarto dia de vida), entre outros. A interrupção da amamentação devido ao consumo de certos medicamentos e dor insuportável durante as mamadas – que não aliviam após a intervenção adequada – também podem indicar o uso de fórmulas infantis.
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