“Dermatoviroses – Verrugas e Molusco Contagioso” é o tema do documento científico publicado na última semana pelo Departamento Científico de Dermatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). O texto aborda os tipos de verrugas, prevenção e tratamento, além de discorrer sobre o molusco contagioso, seu diagnóstico e tratamento.
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Conforme explica o documento, as verrugas são infecções virais, comuns em crianças e podem afetar qualquer região da pele e das mucosas, além de representarem uma forma de infecção pelo papilomavírus humano (HPV). “Há mais de 150 subtipos de HPV, alguns deles tendem a infectar locais específicos da superfície corporal. Por exemplo, o HPV tipo 1, é frequentemente encontrado nas lesões das plantas dos pés, causando verrugas plantares, enquanto o HPV 6 e o 11, são comumente identificados nas verrugas anogenitais”, diz o texto.
DIAGNÓSTICO - O diagnóstico das verrugas é clínico e, em casos excepcionais em que houver dúvidas, podem utilizar o exame histopatológico ou de reação em cadeia da polimerase (PCR), além de dermatoscopia auxilia no diagnóstico. Além disso, deve-se estar atento ao diagnóstico diferencial quando houver aparecimento de características atípicas como ulceração, crescimento irregular, resistência ao tratamento e lesões hiperpigmentadas.
Outro ponto levantando pelo documento é que a presença de verrugas anogenitais pode ser um indicativo de abuso sexual, mas a associação não se confirma apenas pela presença da lesão, já que a transmissão não sexual também pode acontecer. Dessa forma, o exame físico detalhado das mãos do cuidador da criança que usa fraldas ou não faz sua higiene sozinha, bem como a pesquisa de infecção por HPV em outros locais do corpo da criança/cuidador, deve ser realizado, em busca de fontes de contaminação.
PREVENÇÃO E TRATAMENTO – A prevenção primária da doença inclui impedir o contato com as fontes de transmissão do HPV. Evitar manipulação das verrugas, usar calçados em locais de banhos públicos e não compartilhar objetos de uso pessoal são indicados como cuidados preventivos. A vacina foi desenvolvida para proteger contra a infecção pelo HPV e suas doenças consequentes, e tem se mostrado eficaz e segura.
Já para o tratamento das verrugas, uma opção é o seguimento com observação, já que tem curso autolimitado, com dois terços das verrugas em crianças resolvendo em até dois anos e três quartos em até três anos. Nas verrugas genitais há remissão em 76% das crianças em até cinco anos do aparecimento. Além disso, não há um tratamento ideal para todas as verrugas, o que determina a existência de várias opções terapêuticas. Tratamentos combinados ou múltiplos diversos podem ser necessários até que a verruga cure completamente.
MOLUSCO CONTAGIOSO – Por sua vez, o Molusco Contagioso (MC) é uma infecção viral, crônica e localizada, que é motivo frequente de consultas ao pediatra. É doença benigna, cutânea, sem manifestações sistêmicas, autolimitada, de ocorrência mundial, muito comum nas crianças, mas que também pode acometer adultos e adolescentes sexualmente ativos e indivíduos imunocomprometidos. Clinicamente é caracterizada por pápulas umbilicadas peroladas.
A doença pode ser localizada em qualquer região do corpo e as áreas expostas são mais afetadas. O acometimento de mucosa oral, palmas e plantas, aréola/mamilo, conjuntiva, lábios e pálpebras são incomuns. “Nos adolescentes, as lesões são mais frequentemente localizadas na região inferior do abdome, coxas, órgãos genitais e área perianal (maioria dos casos transmitidos por contato sexual). É importante salientar que em crianças as lesões genitais são auto inoculadas e não indicam abuso sexual, a menos que haja outras características suspeitas”, diz o texto.
O diagnóstico da doença é baseado nas características clínicas das lesões, no entanto, alguns casos de MC irritados ou escoriados podem ser indistinguíveis de outras dermatoses. O dermatoscópio é uma ferramenta clínica útil no diagnóstico porque permite observar estruturas não vistas a olho nu com ampliação de pelo menos dez vezes.
O texto explicita também que as lesões geralmente se resolvem espontaneamente, mas anos podem passar até que a extinção completa da infecção ocorra. Por este curso imprevisível, a necessidade de tratamento ativo em pacientes com MC é controversa. “Medidas gerais devem ser recomendadas aos pacientes e familiares para evitar a disseminação do VMC. Recomenda-se não coçar as lesões, não compartilhar utensílios de banho, piscina ou banheira”, enfatiza o documento.
No texto, são listados alguns métodos de tratamento da doença, além de suas vantagens e desvantagens. Entre eles, estão a curetagem, crioterapia utiliza nitrogênio líquido, métodos químicos e métodos imunomoduladores. Além disso, a decisão de tratar ou não as lesões devem ser avaliadas individualmente e discutida com os pais, levando em consideração o curso autolimitado, a natureza benigna da doença e os riscos de transmissão e complicações.
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