A dengue é considerada a virose urbana mais difundida no mundo, sendo o Brasil, o País responsável pelo maior número de casos relatados anualmente. Para orientar os pediatras brasileiros no manejo adequado da doença e auxiliar no combate dessa epidemia, os Departamentos Científicos de Infectologia, Emergência e Terapia Intensiva da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) elaboraram em conjunto o Guia Prático de Atualização em Dengue.
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Transmitida pelos mosquitos do gênero Aedes, a dengue pode se comportar como uma sepse viral com peculiaridades distintas e únicas, que devem ser entendidas pelos especialistas para a realização do tratamento correto. Segundo indica a publicação, o conhecimento da sua fisiopatologia permite o estadiamento de gravidade e a melhora da qualidade na condução clínica.
CLASSIFICAÇÃO – O novo sistema de classificação formulado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e adotado pelo Ministério da Saúde propõe o agrupamento dos episódios nas seguintes categorias: dengue sem sinais de alarme, com sinais de alarme e dengue grave.
“O quadro da dengue clássica é caracterizado por febre alta, de início abrupto, com duração de 2 a 7 dias (fase febril), acompanhada de outros sintomas, entre eles, dores musculares, nas articulações e na cabeça; perda ou diminuição da força física; odinofagia; anorexia; hiperemia conjuntival; náuseas e vômitos; rash macular ou maculopapular”, afirma o texto.
Em alguns pacientes, a dengue pode evoluir para as formas graves e, por esta razão, medidas diferenciadas de manejo clínico e observação devem ser adotadas imediatamente. Os sinais de alarme de entrada na fase crítica iniciam após a fase febril e incluem a presença de vômitos persistentes, dor abdominal intensa, sangramento em mucosas, dificuldade respiratória, entre outros sintomas. Além disso, as manifestações da dengue grave são caracterizadas pela possibilidade de choque, hemorragia grave ou disfunção orgânica.
Segundo o documento, algumas das características do hospedeiro associadas a episódios de maior gravidade são a idade (mais frequente em crianças), sexo (feminino), raça (branca) e possuir doença crônica (especialmente asma, diabetes, hemoglobinopatias).
DIAGNÓSTICO – Devido ao amplo espectro de sintomas clínicos da dengue, outras doenças devem ser consideradas no diagnóstico diferencial. Além das arboviroses em circulação no País – zika, chikungunya, oropouche e febre amarela –, os especialistas devem estar atentos à possibilidade de influenza, sarampo, rubéola, mononucleose, escarlatina e outras infecções virais, bacterianas e exantemáticas.
“É importante ressaltar que o diagnóstico laboratorial tem como objetivos confirmar episódios com suspeita clínica e propiciar informação epidemiológica adequada às autoridades sanitárias. A condução clínica não depende de exame laboratorial, sendo sua realização reservada a situações específicas”, diz o texto.
TRATAMENTO – De acordo com o documento, o manejo adequado dos pacientes depende do reconhecimento precoce dos sinais de alarme, de monitoramento contínuo, do reestadiamento dos casos e da pronta reposição hídrica. Para auxiliar os pediatras na solicitação de exames, classificação de risco e conduta terapêutica, a publicação apresenta o protocolo de tratamento publicado pelo Ministério da Saúde para o manejo da dengue em crianças, além de recomendações práticas com base em casos clínicos de diferentes gravidades.
O Guia Prático traz ainda informações sobre vacina para prevenção da dengue. As evidências acumuladas até o momento demonstraram benefício na redução de casos e nas hospitalizações por dengue, em indivíduos com demonstração de infecção prévia por dengue, entre 9 e 45 anos de idade. No entanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) não recomenda a imunização para pacientes soronegativos – aqueles nunca infectados pelo vírus da dengue –, pois estudos evidenciam um risco aumentado de hospitalização e de dengue clinicamente grave nesses casos.
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